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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

VOCÊ SABE VOTAR?



VOCÊ SABE VOTAR?
Colaboração
José Carlos Ramires
Um cidadão brasileiro...
26/09/2014
Faltando nove dias para as eleições de 2014
Crônica publicada em 26/set/2014 no jornal “O Oeste Paulista” de Santo Anastácio, SP

Você, meu caro leitor, que será um eleitor quando ficar de pé em frente a um pequeno aparelho conhecido por Urna Eletrônica. Você meu caro leitor e também eleitor, você sabe votar?
Pense bem antes de responder... Saberia nos dizer em quem votou na última eleição em 2010? Não quero saber de presidente ou governador... Quero saber em quem votou para deputado estadual, federal e senador. Ainda se lembra? Se a resposta for sim, provavelmente o seu voto foi consciente, caso contrário... Bem... Neste caso, cada um que tenha uma resposta...
A maioria dos eleitores acha mais importante votar nos cargos de funções executivas, presidente e governador.
No passado, votar em bichos, tais como o rinoceronte Cacareco ou o macaco Tião, expressou o descaso dos eleitores com as eleições legislativas. E muitos dizem que se constituem num voto de protesto.
Após a entrada das urnas eletrônicas, os animais são agora os da espécie humana, uma vez que não existe candidato animal que não seja da espécie “homo sapiens”. Mas ainda assim muitos “homos” esquisitos foram eleitos. Um deles, uma “figura estranha”, foi eleito em 2010 com expressiva votação.
As eleições estão chegando e até agora, segundo pesquisas do Ibope, apenas 12% dos paulistas e 11% dos cariocas já sabem em quem votar a Deputado Federal. E no âmbito estadual, tal fato também se repete. Isto nos dois estados ditos por muitos como os mais esclarecidos... Vejam a que ponto se chegou: quase 90% dos eleitores não sabem em quem votar!
Conclui-se daí, que o voto será nulo ou em branco, para deputados, e se indicar um nome, há que se digitar um número, e neste caso tal voto dependerá da indicação de alguém de sua família, ou de conhecidos.
Este é o diálogo mais comum... “Você tem em quem votar? Não? Então vote neste aqui.” E recebe um santinho com o número marcado, que é prá não se esquecer. Não é assim?
Ou então, quando no seu caminho para o voto, alguém lhe entrega discretamente alguns santinhos. Ou, se ninguém aparecer, provavelmente pegará um deles que estão no chão, que muitos pisotearam, e talvez, muitos destes eleitos nos pisotearão com suas espertezas e vilanias...
Após 30 dias da eleição de 2010, 22% dos eleitores não se lembravam em quem votara para deputado federal, 23% para deputado estadual e 21% a senador . Mas, para presidente da República, apenas 3% não se lembravam e para governador, o índice é um pouco maior, 11%. Neste caso os índices maiores ao esquecimento estão nos nossos representantes na Câmara e no Senado federal, e também nas Assembleias estaduais.
Na visão do brasileiro, o Presidente da República ainda é o principal mandatário, o ocupante do cargo capaz de resolver e aprovar as mais prementes e importantes questões que afligem o país. E que o Congresso Nacional é um lugar onde 594 políticos apenas criam problemas e só querem se dar bem.
Muitos ainda acham e parecem viver no século 19, quando o poder ainda era exercido pelo Imperador D. Pedro II, que derrubava o Parlamento (poder legislativo na época) sempre quando necessário. Ou então, no período da Ditadura militar, de 1963 a 1985, quando o Congresso Nacional funcionou boa parte do tempo, com as mãos e pés atados, sem condições de exercer o seu poder, ou seu papel, sob o risco de ser eliminado ou de perder o mandato...
E atualmente, depois da publicação da Constituição dita cidadã, os brasileiros se esquecem de que hoje, no desenho do sistema institucional, é justamente o Congresso que mais influencia as nossas vidas. Quem governa o país é o Congresso. É de lá que saem as principais mudanças, com aplicação imediata, ou com as manobras secretas de interesses difusos que, sem que se perceba, levam à falta de recursos para a saúde, educação e segurança.
E infelizmente, por causa dessa indiferença, ainda há brasileiros que votam em macacos e rinocerontes, elegendo ervas daninhas dos mais variados tipos.
Como o ser humano ainda não desenvolveu um sistema político menos imperfeito que a democracia, viver com seus desvios, ainda é um desafio e um aprendizado...
Só podemos dar uma opinião ou um conselho... Não deixem para escolher no último momento.
Conversam, discutam e escolham um candidato, não porque seja bonito, e nem por que ganhou alguma coisa em troca do voto. E muito menos ainda, não votem por protesto. Este protesto é inócuo.
De ervas daninhas já estamos cansados! Chega, vamos dar um basta! Não se esqueçam de que tais ervas são pragas! E pragas precisam ser eliminadas! Elas enfeiam o jardim de nossas casas...

26/09/2014
José Carlos Ramires

A MORTE DE UMA SENHORA...



A MORTE DE UMA SENHORA...
José Carlos Ramires
Colaborador
11/set/2014
Crônica publicada no jornal "O Oeste Paulista" em 12/09/2014 de Santo Anastácio, SP

Sempre que cruzo, ou pela esquina passo, entre a avenida D. Pedro II e Rua Oswaldo Cruz, junto à principal praça da cidade, sempre me chamou atenção a presença de um quase-monumento, bem neste cruzamento, ilustrando a morte de uma senhora.
Um monumento de madeira, que um dia pertenceu a um ser vivente, uma árvore. Não me lembro de qual espécie seria. Mas era uma árvore e isto já bastava. E agora, como que num brado de basta, penso no que teria acontecido.
Por que e por qual motivo esta senhora se encontra inerte e sem vida? Por um motivo ou outro, não seria preciosa a sua sombra, ao entardecer dos dias quentes da cidade? Por conta disto, todas as portas comerciais se adaptaram, colocando toldos verticais, para se esconderem nas sombras de um sol implacável no caminho do seu entardecer. Esta bela senhora, com sua frondosa sombra protegia, sem dúvida, os belos olhos dos compradores e trabalhadores que por ali compravam ou trabalhavam...
Mas a sua presença incomodava a visão dos negócios, e ela foi eliminada. Mas o seu cadáver lá se encontra. Este tronco inerte agora é um monumento, bem na esquina. E neste quarteirão da avenida D. Pedro, na verdade, uma menina, duas senhoras e cinco senhoritas, todas de verde, ainda vivem, como sobreviventes de uma luta ingrata.
Pois que das árvores tudo devemos; e das vidas vegetais, seja por um motivo ou outro, destas espécies vitais, somos eternos devedores. Sem estas espécies não sobreviveríamos...
Assim, como dizemos que a água é a fonte da vida, ainda complementamos que das vidas vegetais e do ar que compõe a atmosfera, somos totalmente dependentes e até da respiração destas vidas verdes (clorofila), somos eternamente gratos. Pois que como resultado desta respiração, estas vidas, aparentemente estáticas, sugam da atmosfera o oxigênio e o dióxido de carbono, o temível CO2, que são o alimento, junto com a água, que dão vida, à vida que todos vivemos. Graças ao Grande Criador do Universo, temos a presença do CO2 na atmosfera, pois que se assim não fosse, não teríamos vida neste planeta de nome Terra.
Sim, isto mesmo, sem o CO2 na atmosfera, não teríamos as árvores, não teríamos o feijão, o arroz, o trigo, o milho, a cana-de-açúcar, e tudo aquilo que de alimento animal o homem produz, como os bovinos, suínos, ovinos, os galináceos, e como consequência, tudo o que deles derivam: as carnes, ossos, leites, derivados de leite, etc., num mundo enorme de coisas das quais vivemos e nos alimentamos.
Não teríamos os móveis, as casas de madeira, os vinhos, os uísques, a cachaça, que muitos a apreciam, as cervejas dos fins-de-semana antecipados, nas sextas-feiras  com os amigos, o “repiauer” de nossas vidas. E o mais importante, não existiriam as conversas jogadas fora, as fofocas, os discursos inflamados, as opiniões formadas e também das desinformadas, enfim, não existiria o mais importante, não existiria a Vida... Como a conhecemos...
Ainda bem que existe o CO2, pois que sem ele não viveríamos. Isto pode parecer um paradoxo e uma heresia para muitos, como por exemplo, para os adeptos e crentes dos desastrados relatórios bienais do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas, que, na sua essência, dizem que o homem é o responsável pelas emissões de CO2 que provocam o aquecimento global.
Supondo então, que se não houvesse o homem, não haveria CO2 na atmosfera,  não teríamos também a vida vegetal e sem esta vida vegetal, o mundo como hoje conhecemos não existiria. Nós não existiríamos... E nós, simples mortais, não estaríamos aqui, para contar estas estórias, eu não estaria escrevendo, e vocês, meus queridos leitores, não estariam lendo estas palavras...
Não teria havido, este 11 de setembro, e nem o de 2001, das torres gêmeas de Nova Iorque, abatidas que foram por conta da insensatez de alguns adeptos da violência para a conquista de suas verdades...
E que no próximo dia 02 de outubro ainda estejamos vivos para escolhermos os nossos dirigentes e representantes nas três Casas Legislativas...
Sem a água, sem o ar que respiramos, sem o CO2 (detestado pelos “ipecececistas”), ou seja, sem a atmosfera não existiria o mundo... Sem a inclinação em torno do Sol não existiríamos... Sem o caminho elíptico da Terra em torno do Sol, sem o nosso satélite, a Lua, não teríamos os movimentos dos oceanos e mares, e não suportaríamos a vida.
Sem tudo isto, e por muito mais, não teríamos as quatro estações do ano. Não teríamos a Primavera das Flores, o Verão da Fartura, o Outono da Preparação e o Inverno do Recolhimento... Não teríamos os dias longos e curtos... E nem as noites curtas e longas... Seria um Mundo sem Vida e um mundo sem vida seria um Mundo sem... Bem... O complemento desta frase, que cada um faça como quiser ou como achar de melhor... Portanto, finalizando, vivamos bem as nossas vidas, junto com os outros e com todos... Sejamos felizes... Com respeito, tolerância e harmonia...
Um bom fim-de-semana a todos...
Z. Ramires

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Ao belo Hino... Que ganhou o concurso do Hino Nacional Brasileiro, mas que não levou, mas da República se tornou...

José Carlos Ramires

Colaborador

18/11/2011

Em 20 de janeiro de 1890 é escolhido no Teatro Lírico do Rio de Janeiro este belo hino que ganha o concurso na escolha do Hino Nacional promovida pelo primeiro governo republicano mas que de fato não leva a glória de sê-lo, e que, por merecimento, se transforma, em minha opinião, num dos mais belos hinos dos que já ouvi, nestes já longos anos de vida. Em 21 de janeiro de 1890, por Decreto do Governo Provisório, ele é definido como o Hino Oficial da Proclamação da República. Um hino com bela sonoridade, musicalidade e de fácil assimilação para a memorização, senão da letra, pelo menos da música, que linda, e muito, de fato é... De tão linda a música e de um refrão tão forte, um trecho dele foi usado no samba-enredo da Escola de Samba “Imperatriz Leopoldinense”, vencedora do desfile de comemoração do centenário da Proclamação da República no ano de 1989 e a frase “Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós”, ficou marcada na mente e nas lembranças de muitos.

Lembro-me que este hino era muito cantado em todas as escolas brasileiras, assim como também o eram, como não poderia deixar de ser, dos Hinos Nacional, da Independência e da Bandeira. Hoje, não sei, mas penso que, poucas escolas devam todos cantá-los, sendo os únicos, talvez, os hinos Nacional Brasileiro e da Bandeira, e raramente os hinos da Independência e da República... Uma pena, mas canções modernas e atuais, são ensinadas aos alunos pequenos, nas aulas de música, mas os tradicionais Hinos não... Poucos conhecem e sabem cantá-los... Uma pena...

Este belo poema musicado, foi escrito por José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque, um poeta, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, sendo a peça musical, ainda tão bela quanto, e que adorna este poema, de autoria do maestro Leopoldo Augusto Américo Miguez.

O primeiro, um poeta, escritor, um Pernambucano de Recife, nascido em 04 de setembro de 1867, tendo falecido na cidade do Rio em 09 de junho de 1934. O outro, grande musicista, compositor, violinista e maestro, natural de Niteroi, Estado do Rio, nascido em 09 de setembro de 1850 e falecido, também na cidade do Rio, em 06 de julho de 1902, com apenas 52 anos.

A letra deste hino, por conta do excesso de erudição de Medeiros e Albuquerque, seu autor, torna a sua compreensão em uma tarefa extremamente complexa e difícil. Vejamos no que poderemos decodificar e fazer-se entender do significado escondido desta letra, de alta sonoridade poética, mas de difícil interpretação...

“Que este hino seja um manto desdobrado de luz sob a grandeza dos céus deste Brasil...

Que este canto rebelde venha redimir as mais repugnantes desonras do passado.

Que seja ainda um Hino de Glória, que fale das esperanças de um novo futuro, e quem, por este futuro surjir e lutar por ele, seja embalado por grandes visões de conquistas.

Liberdade! Liberdade! Que você, Liberdade, abra as asas sobre nós e nos proteja com seu Manto Protetor. Nas tempestades das Lutas, faz com que ouçamos a tua Voz...

Pois que nós nem acreditamos que há tão pouco tempo tenha havido escravos entre nós, neste nosso nobre País... Hoje não, pois que a luz vermelha do amanhecer, encontra somente irmãos, e não inimigos tiranos. Somos todos iguais, e no futuro saberemos levar a augusta bandeira de nossa Pátria, pura e vitoriosa, brilhando no mais alto lugar...

Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós. Que nas tempestades das lutas ouçamos a tua voz...

Se for necessário, que de peitos valentes, corra sangue em nossa bandeira, o sangue vivo do herói Tiradentes, que já batizou este corajoso pavilhão!

Mensageiro de Paz, Paz queremos, que é de amor a nossa força e o nosso poder. Mas que da Guerra, nos momentos decisivos, heis de ver-nos lutar e vencer...

Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós... Que das lutas na tempestade, ouçamos a tua voz!

É preciso que o Grito do Ipiranga, seja um Grito orgulhoso de Fé!

O Brasil, de pé, já surgiu libertado sobre as reais cores vermelhas-escuras... (Casa Imperial)

Eia pois brasileiros, vamos em frente! Que colhamos vistosas glórias!

Que o nosso País seja triunfante! Uma Terra Livre... de Livres Irmãos!

Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós... Que das lutas na tempestade, ouçamos a tua voz!”

Que haja esperança ainda em nosso futuro e que no porvir de amanhã sejamos abençoados por uma verdadeira República, cujo significado em sendo “coisa pública” (res publica), que ela não seja enlameada, como vem sendo até agora... Que deixe de ser para alguns uma “coisa privada”, algo que seja propriedade de alguns, com benefícios para poucos, com custo de todos. E que tenhamos, enfim, neste porvir, uma verdadeira democracia e não um arremedo, um engodo...

E para tanto, que nas próximas eleições sejamos os portadores efetivos deste poder, do povo e para o povo, expurgando de modo definitivo os maus políticos enlameados pela sujeira podre da corrupção... Viva o Brasil e viva a República, a verdadeira República... Um basta aos desmandos, sejam eles quais forem...

sábado, 17 de setembro de 2011

Sete de Setembro, uma comemoração e tanto...




Sete de setembro, uma comemoração e tanto...

A comemoração cívica mais importante e bonita que já vi em minha vida aconteceu nesta última quarta-feira, 07 de setembro de 2011, 189 anos depois... Muitos anos nos separam desde aquele glorioso 07 de setembro de 1822, o dia em que o Príncipe-Regente D. Pedro declara o Brasil independente do Reino de Portugal.

Como isto aconteceu? Como fui acordado? Como me chamaram atenção? Simplesmente pelos sons ecoados de baixo para cima, desde a Praça Ataliba Leonel, quando um grupo de 24 rapazes, entre jovens e crianças, em formação característica, gritando alertas e frases de comando, chamando e convocando os transeuntes para o evento que em seguida se apresentaria.

Isto logo cedo, por volta das oito horas da manhã, de um Sete de Setembro até então mal lembrado, e nem sequer citado. Foram precisos 24 jovens para me alertar. Hoje é o Sete de Setembro! Não um dia qualquer. E deram três, cinco voltas na praça. Fui me trocar e tomar um café. Um café rápido.

Entretanto, por força de compromisso de trabalho, fui em direção ao meu escritório, quando percebi o movimento daqueles jovens sentados numa ruela da praça ainda sem calçamento. Estavam todos em cima da areia esparramada naquele trecho, sentados em bancos amarelos, das mesmas de uma das cores de nossa bandeira, como a anunciar o que logo se viria, veria e se sentiria.

Ao visar aquela formação de jovens, conversando e gesticulando, perguntei-me: - O que será que estão fazendo? Isto me despertou uma curiosidade incontrolável e imediatamente peguei a máquina fotográfica e lá fui averiguar e assuntar.

Era uma conversação, seguida de algumas instruções comandadas por dois jovens, jovens escoteiros já formados e devidamente uniformizados nos costumes e ditames da União dos Escoteiros do Brasil – UEB. Seus nomes: Jorge, o mais velho e Augusto Rena, o mais novo.

Apresentei-me e um colóquio se firmou. Eles estavam preparando uma comemoração e um estudo em grupo do acontecimento do dia, o dia em que se comemora a nossa Independência. O glorioso 07 de setembro...

Algumas fotos tirei, e nestas conversas vi o ressurgimento recente de um dos mais antigos grupos de escoteiros de nossa região, o famoso Grupo de Escoteiros Caiuá, o de nº 124 do Estado de São Paulo. Este mesmo grupo que foi fundado em 1937 e acompanhado durante muitos anos pelo nosso querido e eterno chefe, o Chefe Olavo, o Olavo Ayres de Lima. Infelizmente, no ano de 2000 a sua atividade foi encerrada.

Mas felizmente, por conta e obra destes jovens idealizadores: Jefferson Cassú Manzano, Augusto Cesar Cardoso Rena, Paulo Henrique Botter Ribas, Willian Gyorf Menezes, Livia Arabori e Jorge Antonio Araruna, o nosso querido Grupo de Escoteiros Caiuá renasce, com força e vigor. Sejamos portanto apoiadores e incentivadores deste velho e novo renascido Grupo de Escoteiros, o do sempre número 124, o do sempre nominado Caiuá.

Surpresas ainda viriam... E logo, quando do término da minha lide laboral, neste feriado nacional, dirigi-me para ao outro lado da rua onde lá se encontrava o agrupamento Caiuá de escoteiros. E deste momento em diante presenciei uma das mais comoventes ações de cidadania: a do hasteamento da Bandeira Nacional, de uma pequena e ao mesmo tempo grande bandeira, de um mastro simples, do tronco fino de uma pequena, porém grande árvore, e de uma corda, branca, tão branca quanto a pureza das almas que ali se encontravam, iniciando-se a cerimônia silenciosa e solene da elevação ao mais alto que possível fosse, daquele lábaro verde-amarelo. Não houve nenhum hino, somente o silêncio emocionante dos ruídos leves que por lá se ouviam. E a bandeira tremulando. A tradição não foi cortada. O hasteamento foi realizado. Autoridades não se viram. Não houve escolas. Não houve fanfarras, e nem aparelhos de som. Sem discursos e sem danças... Simplesmente uma única, simples e grandiosa cerimônia de civismo e cidadania.

Vinte e quatro jovens e um senhor de branco, de máquina fotográfica na mão, registrando um momento eterno, destes que se gravam no lado esquerdo do peito... Viva o Brasil, viva a Independência, viva o Grupo de Escoteiros Caiuá... Meus parabéns aos jovens e meus agradecimentos por este momento...

José Carlos Ramires

07/09/2011 – 189 anos da Independência...

jc_ramires@yahoo.com.br

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A CADEIA DE UNIÃO E SUA IMPORTÂNCIA NA MAÇONARIA

A CADEIA DE UNIÃO E SUA IMPORTÂNCIA NA MAÇONARIA

Ir.: José Carlos Ramires – M.:M.: Chanc.:

A origem da palavra “cadeia” vem da palavra latina “catena”. Desta origem latina da palavra, muitas outras surgiram: como o termo concatenar – estabelecer conexão entre, encadear, ligar e também o termo “concatenação” – ato ou efeito de concatenar.

Também pode significar: “corrente de anéis ou elos de metal”, que com associação de idéias surgem palavras com significado de “detenção”, como as “cadeias públicas”, como lugares ou estabelecimentos onde pessoas são detidas ou aprisionadas. Mas, em nosso caso, felizmente, o significado oculto e esotérico é o da formação de uma corrente de união, onde algo deve ser concatenado, ligado.

Esta Cadeia de União ou esta Corrente de União, no seu mais profundo sentido, significa simbolicamente a forte união com que se ligam as nossas obras e todos os conhecimentos adquiridos através da nossa Sublime Ordem. Pelo fato de ela ser formada por homens livres e de bons costumes, ela também nos remete ao conceito da Fraternidade que deve existir entre os Irmãos, e que ela, a Fraternidade, pela União dos Irmãos, deve sempre ser preservada e mantida. E como é uma Corrente formada por Maçons, nela, qualquer idéia, pensamento ou palavras, podem ser concatenadas e deste modo, transitar entre os Irmãos, com uma força tal, que somente com o tempo e com muita introspecção meditativa, poderemos avaliar seu poder espiritual e mental.

O poder desta Mente Coletiva, juntamente com todas as outras Cadeias de União formadas em todo o mundo, podem então ser concatenadas mentalmente, surgindo-se uma Grande Cadeia Universal de União de todos os Maçons esparsos pelo Mundo, tornando ainda mais forte a Grande Mente Coletiva Universal. Eis mais um grande segredo da Maçonaria. E todos nós conhecemos o Poder da Mente...

Em termos práticos, a Cadeia de União é formada sempre ao final dos TTrab.:, ficando o V.: M.: na ponta central oriental. Ao seu lado direito o Ir.: Orad.: e ao seu lado esquerdo, o Ir.: Secr.: . Na ponta Ocidental, alinhando-se no eixo equatorial imaginário do Templo, se posta o M.: CCer.: de frente ao V.:M.:, ficando à sua esquerda o Ir.: 1º Vig.: e à sua direita o Ir.: 2º Vig.:. Os demais IIr.: devem ocupar os arcos laterais nas posições em que se encontravam no Templo, formando assim um grande anel circular ou um círculo achatado. Todo este ritual deve ser executado no Ocidente, mais precisamente em torno do Painel do Grau.

Nestas posições, os IIr.: devem formar esquadrias com o pés, juntando-se os calcanhares e as pontas dos pés juntando-se às pontas dos pés dos irmãos ao seu lado. Os braços devem ser entrelaçados, colocando-se a mão direita sobre o braço esquerdo e dando-se as mãos. Está então formada a Cadeia de União.

E para que serve a Cadeia de União? Serve única e exclusivamente para transmitir-se a Pal.: Sem.: enviada pelo Grão-Mestre da Ordem diretamente ao V.:M.: a cada seis meses (daí o nome Pal.: Sem.:). Tal Pal.: é enviada em um envelope pequeno lacrado dentro de uma sobrecarta endereçada a todas as LLoj.: da jurisdição. E tal fato acontece ao mesmo tempo para todas as Lojas.

E o que é a Pal.: Sem.:? É uma palavra que funciona como uma senha e ao mesmo tempo, como inspiração para meditação de seu significado e dos profundos efeitos que possam introduzir em todas as Mentes dos Maçons e, indiretamente influenciando o desenvolvimento intelectual e místico da Loja.

Esta palavra também tem a função de Regularização dos IIr.: dentro da Ordem. Pois que, em sendo passada em Loja e a cada seis meses, somente os IIr.: regulares, ou seja: os que estejam quites com suas obrigações, é que possuem o direito fundamental de recebê-la[1].

Como é passada a Pal.: Sem.:? De boca a ouvido. O V.:M.: de posse da Pal.: Sem.: passa a Pal.: ao ouvido esquerdo do Ir.: Orad.: e ao ouvido direito do Ir.: Secr.:. Estes últimos dão seguimento da passagem de boca a ouvido, sempre sussurrando, aos demais IIr.: da Cadeia e esta, chegando aos ouvidos dos IIr.: 1º e 2º VVig.: e depois a ambos os ouvidos do Ir.: M.: CCer.:, que imediatamente se dirige ao V.:M.: e as passa aos seus ouvidos. Se ambas forem iguais e a mesma, o V.:M.: diz a todos os presentes que a Palavra está correta e desfaz a Cadeia. Se uma delas (ou as duas) estiver errada, a seqüência de transmissão deverá ser repetida.

Ao final dos trabalhos o papel com a Pal.: Sem.: deverá ser incinerado.[2]

O que dizem os vários Ritos...

  • O R.:E.:A.:A.: é bastante claro em limitar o uso da Cadeia de União única e exclusivamente para a Transmissão da Pal.: Sem.:.
  • O Rito de York (inglês) não usa a Cadeia de União.
  • No Rito de Schroeder (diz-se xireder), ou Rito Alemão, a Cadeia de União é obrigatória ao final de cada Sessão, e é feita dando-se as mãos simplesmente, sem enlaçamentos.

Entretanto, muitas Lojas costumam utilizar a Cadeia de União para outros propósitos, citando-se alguns:

  • Fazer orações.
  • Fazer orações em corrente para Irmãos ou parentes enfermos.
  • Em favor das almas de Irmãos falecidos.
  • Ou quando dois Irmãos estão em desavenças.
  • Uso em Sessões Fúnebres.
  • E outras invocações em prol de vários propósitos universais ou locais.

Mas estes assuntos poderão ser motivos para outras discussões e avaliações.

Para o momento, e de acordo com as nossas leis e costumes usuais, a Cadeia de União, em nosso Rito, o REAA, só deve ser usada para a Transmissão da Palavra Semestral, como garantia do Irmão de sua Freqüência e Regularidade Maçônica.

Santo Anastácio, 07 de abril de 2009 da E.:V.:

ARLS Dr. Tertuliano de Arêa Leão nº 2571

José Carlos Ramires – M.:M.:

Chanc.:



[1] Constituição do GOB - Art. 77. Compete privativamente ao Grão-Mestre Geral:

VIII – expedir a Palavra Semestral, nos meses de janeiro e julho, por meio dos Grandes Orientes dos Estados, do Distrito Federal e das Delegacias, para as Lojas que estiverem no gozo de seus direitos maçônicos;

RGF – Regimento Geral da Federação

Art. 112. Nos meses de janeiro e julho de cada ano, o Grão-Mestre Geral expedirá às Lojas a palavra semestral, através da Secretaria-Geral de Administração, em invólucro lacrado e reservado aos Veneráveis, por intermédio dos Grandes Orientes Estaduais, do Distrito Federal e Delegacias Regionais.

Parágrafo único. Somente as Lojas que estiverem em dia com todos os seus compromissos, quer perante o Grande Oriente do Brasil, quer junto aos Grandes Orientes Estaduais, do Distrito Federal ou Delegacias Regionais, poderão receber a palavra semestral.

Art. 113. O Venerável Mestre transmitirá a palavra semestral aos membros do Quadro na forma prescrita pelo Rito.

[2] Conforme determinações do Ritual do Grau de Aprendiz.

Dia do Trabalho, história e reflexão...

Dia do Trabalho, história e reflexão...

O Dia do Trabalho (ou deveria ser Dia do Trabalhador?) é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários paises do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios.

A história do Dia do Trabalho remonta ao ano de 1886, na então industrializada cidade de Chicago, nos Estados Unidos. No dia 1º de maio desse ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorre nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito, envolvendo policiais e trabalhadores, provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais com policiais.

No dia 04 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze trabalhadores e dezenas de pessoas feridas.

Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa, em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em todo 1º de maio de cada ano.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895, pelo menos na cidade de Santos. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes.

Fato importantes relacionados ao 1º de maio no Brasil:

  • Em 1º de maio de 1940, o presidente Getulio Vargas instituiu o Salário Mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer).
  • Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, às relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.

“O mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo o que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente.” (Texto Budista). Autor desconhecido...

“O seu trabalho não é a pena que paga por ser homem, mas um modo de amar e de ajudar o mundo a ser melhor.” (Thiago de Mello, um poeta).

Crônica de um Operário da Construção...

O Zé é casado, tem mulher e três filhos. Mora na periferia de cidade grande. Pega ônibus, metrô e caminho para andar, até na construção chegar. Leva na mochila uma muda de roupa e um pedaço de pão pra mor de fazer um lanche da tarde, logo depois do trabalho, que de tarde, o bicho pega e a volta demorada. Chega bem de noite, os filho inté dormindo e a mulher esperando, com beijo e com carinho. Vida dura leva o Zé. Todo dia é dia de Zé e de sua mulher Maria, que muito trabalha, cuida da casa e das crianças. Ensina e acompanha os filhos na tarefa da escola, que estudar é preciso e um dia eles, um doutor ou doutora se tornar, e viver bem sem sonhar.

Maria, mulher de fé e de esperança. Esperança de dias tão melhores quanto Deus permitir, e assim ela pensa que Deus há de provir. Mas a vida nos ensina e disso percebeu, que vale mais a busca que o prêmio entregado. Pois que ninguém fica avexado, na luta da conquista, que o prêmio, com certeza, ficará à vista.

E assim os dias se passam, e o Zé de Maria, mais os zezinhos e mariinhas, esperam e esperam... O salário é curto pro mês comprido. Tudo é contado, tudo é somado. Mas não desistem... E dias de melhoras virão, que não se sabe de onde e nem quando, que sonhar é preciso e viver de precisão também, pois que na vida do Zé e da Maria, nada vem de graça, que a labuta da lida, a paga é de precisão.

A casa do Zé é pequena, quarto, sala, cozinha e banheiro. É pequena de tamanho e grande na graça da beleza, da alegria e do amor que ali reina. Pro Zé tudo está bem, tendo casa e comida, já basta um tanto de bom e um gosto de querer, da vida, uma vida de bem levar... Mas o Zé também gosta...

Também gosta do sábado, que do trabalho mais cedo sai, uma birita tomar, e no bar do Zé português, um papo com os amigos levar... E assim o Zé vive, e assim o Zé vai. Vai pensando na vida... e na vida, deixa-se levar... Vida, vida leva eu... E num dia... como na música do Chico...

“Amou daquela vez como se fosse a última. Beijou sua mulher como se fosse a última. E cada filho seu como se fosse o único. E atravessou a rua com seu passo tímido. Subiu a construção como se fosse máquina. Ergueu no patamar quatro paredes sólidas. Tijolo com tijolo num desenho mágico. Seus olhos embotados de cimento e lágrima. Sentou pra descansar como se fosse sábado. Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe. Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago. Dançou e gargalhou como se ouvisse música. E tropeçou no céu como se fosse um bêbado. E flutuou no ar como se fosse um pássaro. E se acabou no chão feito um pacote flácido. Agonizou no meio do passeio público. Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.

Amou daquela vez como se fosse o último. Beijou sua mulher como se fosse a única. E cada filho seu como se fosse o pródigo. E atravessou a rua com seu passo bêbado. Subiu a construção como se fosse sólido. Ergueu no patamar quatro paredes mágicas. Tijolo com tijolo num desenho lógico. Seus olhos embotados de cimento e tráfego. Sentou pra descansar como se fosse um príncipe. Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo. Bebeu e soluçou como se fosse máquina. Dançou e gargalhou como se fosse o próximo. E tropeçou no céu como se ouvisse música. E flutuou no ar como se fosse sábado. E se acabou no chão feito um pacote tímido. Agonizou no meio do passeio náufrago. Morreu na contramão atrapalhando o público.

Amou daquela vez como se fosse máquina. Beijou sua mulher como se fosse lógico. Ergueu no patamar quatro paredes flácidas. Sentou pra descansar como se fosse um pássaro. E flutuou no ar como se fosse um príncipe. E se acabou no chão feito um pacote bêbado. Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado...

Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir. A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir. Por me deixar respirar, por me deixar existir, Deus lhe pague... Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir. Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir. Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair, Deus lhe pague... Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir. E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir. E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir, Deus lhe pague... ”

E assim o Zé termina a sua saga, a paga de sua sina e no fim de sua vida, um capítulo termina, que no domingo seu dia seria, do Trabalho não descansaria, pois que ali no sábado seu trabalho se encerrou, e na avenida seu corpo se esparramou... atrapalhando o tráfego e que ninguém nem ligou, e do Zé, nunca mais se falou...

Peç\ de Arq\ apresentada em Sess\ do dia 03 de maio de 2011...

Z. Ramires

M\M\ - 28º

M\Arquiteto