sábado, 23 de fevereiro de 2008

AS TRÊS PENEIRAS

Era uma vez um jovem aprendiz num canteiro de trabalho que, vindo de encontro ao mestre de obras, ofegante e todo prestativo, lhe diz que tem uma informação a lhe passar que julgava de seu interesse:
- Mestre... quero te contar uma coisa a respeito de um amigo seu!
- Espere... o mestre lhe responde: Isto que você vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Três peneiras? O que vem a ser isto, três peneiras?
- Antes de contar alguma coisa de alguém, devemos sempre testar esta informação com a prova das três peneiras. Meu jovem aprendiz, preste bem atenção. A primeira peneira é a da VERDADE. Tens tu certeza de que isto que quer me contar é a verdade?
- Bem... Foi o que outros me contaram. Não sei exatamente se é verdade...
- Bem, se for verdade, passe para a segunda peneira, que é a peneira da BONDADE. Com certeza tu deves ter tomado esta precaução, não é?
Envergonhado, o aprendiz lhe respondeu:
- Devo confessar que não...
O mestre lhe adverte...
- Ainda sim, mesmo que isto seja bom, deves ainda passar pela terceira peneira.
- Que peneira é esta Mestre?
- É a peneira da UTILIDADE. Se esta informação for útil para os irmãos e para todos, então tu deves contar-me, pois isto será uma verdade, será bom e útil, para mim e para toda a comunidade. Agora, se isto não for verdadeiro, nem bom e nem útil, então seria melhor que a guardes apenas para ti...
E o mestre continua...
- Veja meu jovem... No pântano onde as pessoas jogam todas as suas imundícies, mesmo assim as abelhas procuram o néctar das flores para lhes dar o seu sustento e com isto ainda nos fornecer o mel da vida. Mas... As moscas meu jovem, procuram as feridas e as chagas de seres mortos ou vivos para viver e se multiplicar. Não seja uma mosca, seja uma abelha. Promova tudo o que, ao mesmo tempo, seja verdadeiro, bom e útil, e com isto tu irás semear entre todos, o néctar da vida.

>> Pessoas sábias falam sobre idéias;
>> Pessoas comuns falam sobre coisas e;
>> Pessoas medíocres falam sobre pessoas...

José Carlos Ramires
jc_ramires@yahoo.com.br
Uma adaptação de contos do poeta e filósofo libanês, Gibran Kahlil Gibran(1883-1931)
05/julho/2007

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O QUE ACONTECERIA SE...?

Por João Anatalino – Mogi das Cruzes/SP
Advogado, professor e escritor
Um Irmão plugado na vida...

Conformidade é um pais que fica além do horizonte dos nossos olhos e próximo à fronteira dos nossos hábitos. Lá, até a algum tempo atrás, todas as pessoas, desde a mais tenra idade eram obrigadas a carregar um saco de pedras nas costas. Assim que começavam a andar e conseguiam se sustentar nas próprias pernas, os habitantes de Conformidade recebiam um saco de pedras para carregar, e na medida em que iam crescendo, o saco também era aumentado em tamanho e peso.
Carregar um saco de pedras nas costas era uma lei existente em Conformidade e ninguém jamais ousara contestá-la. Naturais e estrangeiros, indistintamente, tinham que cumpri-la, pois sua desobediência era punida com a pena de morte. Ninguém sabia mais quando, por que e por quem foi promulgada essa lei, mas era certo que a tal lei era tão antiga que as crianças em Conformidade já nasciam com uma postura encurvada e uma enorme calosidade nas costas, de sorte que o país passou a ser conhecido como a terra dos corcundas.
Tudo estava em bem até o dia em que um desconhecido chegou ao país. Era noite e todo mundo estava dormindo no posto alfandegário da fronteira. Como ninguém o parou, o desconhecido entrou no país e saiu em busca de um hotel. Era quase manhã quando ele chegou à cidade mais próxima. A primeira pessoa que o avistou saiu correndo apavorada. A segunda soltou um grito de terror. A terceira olhou para ele com espanto. A quarta com desprezo. A quinta chamou a polícia. Em menos de uma hora o estrangeiro tinha sido preso, amarrado como um escravo fugitivo e levado perante a um colérico e atônito tribunal, cujos juízes pareciam não acreditar no que viam: uma pessoa andando pelas ruas do país sem um saco de pedras nas costas!
Ciente do seu crime, ao estrangeiro foi concedido o direito de dizer algumas palavras em sua defesa. Isso era praxe em Conformidade, pois seu ordenamento legal não admitia que ninguém fosse condenado sem que pelo menos tentasse provar sua inocência. Embora cientificado de que nada do que pudesse dizer poderia justificar a enormidade do seu crime, o estrangeiro levantou-se e disse: “Senhores Juízes, bem sei que a ignorância da lei não exime o criminoso da pena que lhe é cominada pelo seu descumprimento. Sinceramente, eu não sabia dessa lei que existe em vosso país, que os obriga a carregar, desde que nascem, pela vida toda, um saco de pedras nas costas. Não me rebelo contra essa lei por que sei que elas são feitas para serem cumpridas. Só vos peço que me esclareçam uma coisa, para que eu não sinta que morri em vão: qual é o objetivo dessa lei e qual o bem que ela visa tutelar?”
Os juízes olharam uns para os outros, surpreendidos com a pergunta. Passados alguns minutos, o que parecia ser o presidente do tribunal respondeu: “Não sabemos. Essa lei é milenar e todos a cumprimos sem jamais questionar. O que isso importa? Como tu mesmo disseste, as leis são feitas para serem cumpridas. Se essa lei existe, alguma razão deve ter e nós não podemos desobedecê-la.”
“O que aconteceria se ela fosse desobedecida?” perguntou o estrangeiro? Novamente os juízes se entreolharam e ninguém foi capaz de dar uma resposta.
Bem, para encurtar a história, o estrangeiro foi condenado e sua pena foi executada. Mas no dia seguinte um dos juízes escreveu ao rei e ao Parlamento perguntando por que os habitantes de Conformidade deviam carregar, desde que nasciam, pela vida toda, um saco de pedras nas costas? Nem o rei e nem os membros do Parlamento souberam responder A questão era que o juiz que a formulou perdera o emprego. Ninguém mais o vira. Mas não demorou muito para que a maioria dos habitantes de Conformidade também começasse a se perguntar: o que aconteceria se essa lei fosse derrogada?
Hoje, quem for à Conformidade encontrará um povo que caminha ereto e as costas de suas crianças não mais apresentam nenhuma calosidade quando nascem. E toda vez que alguém diz a um habitante do país o que ele deve ou não deve fazer alguma coisa, ele pergunta: o que aconteceria se ….?
Aliás, o país mudou de nome. Chama-se agora Horizonte Infinito e é conhecido como a terra das infinitas possibilidades.
Uma colaboração de:
José Carlos Ramires

UM SONHO NÃO REALIZADO...

Há quem diz que uma cidade ou uma comunidade sem cultura é como uma Comitiva Boiadeira, pastoreando e levando seus bois pelas estradas da vida, e que não encontrando postos de parada para seu descanso, para seus devaneios, asseios e trocas de roupa, não se recicla e nem se renova, e chega ao final da viagem perdendo seu maior patrimônio, os bois. Assim é a cultura de um povo. Ela necessita de postos de parada. Postos de divulgação e aglutinação da cultura e do conhecimento humano.
A cultura, em todas ou em qualquer de suas formas, desperta nos jovens o interesse por novos conhecimentos, propiciando seu crescimento interior com mudanças em seu comportamento, tornando-se assim um cidadão participativo e atuante. E deste modo, com o tempo, provocando no povo ou em sua comunidade um crescimento coletivo na direção das preocupações com a melhoria de vida, no seu aspecto mais amplo. Torna-se um cidadão incluso na sociedade e um participante ativo nos problemas e anseios de sua comunidade. Sente-se valorizado, com auto-estima e empático aos problemas e aflições alheias. E desta maneira, tornando-se mais participativo e preocupado com as mazelas e misérias do homem. Transforma-se num cidadão no seu sentido pleno.
O homem vive de sonhos, sonhos possíveis e impossíveis. A sua luta para a conquista destes sonhos não deve nunca esmorecer. Às vezes muito mais vale a luta em si do que a conquista. Mas mesmo assim, todos devemos nos preocupar em se possibilitar meios, caminhos, diretivas e aparatos para a conquista do conhecimento. E entre eles, um que considero dos mais importantes é a valorização da cultura em seu aspecto mais abrangente. Incluindo aqui as artes, todas as artes.
Os povos antigos já preconizavam o incentivo às sete Artes Liberais, sendo na Idade Média decompostas em Trívio (Gramática, Retórica e Dialética) e Quatrívio (Aritmética, Geometria, Música e Astronomia). Estas eram as sete Artes Liberais da Idade Média. Em nossa era moderna as Sete Artes são a Música, a Dança, a Pintura, a Escultura, a Literatura, o Teatro e o Cinema. Quem nunca ouviu falar da sétima arte, o cinema.
A primazia da Música, colocada em primeiro lugar, é a conseqüência natural, nos primórdios da humanidade, que em função dos sons ambientes e da fala, terem despertado nos homens a manifestação natural da reprodução e repetição dos ruídos e sons da natureza. Como decorrência natural, a Dança surge como uma manifestação corporal da representação lúdica da música. A Pintura surge em função da perpetuação de imagens iconográficas, de figuras e objetos do cotidiano. Sua conseqüente transposição de uma visão holística e interior do homem, leva-o a representar em três dimensões as imagens planas, surgindo então a Escultura como tridimensionalização da Pintura. A Literatura surge como resultado do aparecimento da escrita, perpetuando-se na Literatura a fixação para a posteridade daquilo que era contado e instruído de boca a ouvido e que agora com a escrita, possibilitou-se a perpetuação dos contos, mensagens e registros das atividades cotidianas, surgindo como conseqüência a arte da Literatura, uma das mais belas manifestações culturais. Em seguida o Teatro surge como uma representação lúdica e visual de tudo o estava transposto na Literatura. E finalmente, o Cinema, a sétima arte, surge como decorrência de uma técnica mais avançada para a perpetuação e fixação da arte cênica teatral para a grande tela.
Em decorrência, todas estas sete manifestações das artes possibilitaram e possibilita o despertar para o conhecimento humano. Com o conhecimento, a sabedoria interior; com a sabedoria, a humanização e a conscientização; e com isto tudo junto, a formação do caráter e das virtudes humanas, que resultam em crescimento espiritual, elevando o ser humano a níveis superiores de respeito e amor, com tudo e com todos.
E por que estou a todos contando estes fatos e justificativas? A resposta é simples. Um sonho não realizado. O sonho de ver surgir de um patrimônio histórico e cultural, o nosso já saudoso Cine Guarani, como um Centro Cultural de aprendizado, de divulgação e exteriorização destas sete Artes da Era Moderna. A Música, a Dança, a Pintura, a Escultura, a Literatura, o Teatro e o Cinema. Um lindo sonho perdido pela valorização da matéria sobrepujando o espírito, do ter em desfavor do ser.
Já perdemos o valente guerreiro Guarani e um pouco antes o Coreto da Praça Ataliba Leonel, que de cima de seu palco se apresentavam Bandas em concertos musicais, além de outras atividades culturais. Mais recentemente fomos notificados da perda da Rádio Cultura de nossa cidade, alvo de uma crônica escrita e divulgada neste semanário. Este jornal tradicional, conhecido por todos e por muitos reverenciado e citado sempre, como dos mais antigos e importantes de nossa região, pelo que parabenizamos o querido amigo e irmão Erivelto, por sua força e determinação em manter em atividade este valoroso e digno representante da imprensa, o nosso querido “O Oeste Paulista”.
Que este libelo possibilite a todos os anastacianos o despertar para a importância e a necessidade de atividades culturais em nossa comunidade.
Que a educação e a cultura sejam um grito de guerra na luta para a Liberdade, Igualdade e Fraternidade entre todos os homens livres e de bons costumes.

José Carlos Ramires
Um pequeno sonhador...
01/02/2008

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

LANÇAMENTO DO DIÁRIO EM REDE DA LOJA

2ª feira, 11 de fevereiro de 2008

Caros IIr.: hoje é o primeiro dia do lançamento do Diário em Rede de nossa Loja. Este espaço deverá ser usado para nossos contactos, para postar recados e informações, PPr.: de TTrab.: MMaç.:, avisos e convocações em geral. Também podera ser utilizado para expor suas idéias, conceitos, seus conhecimentos mmaç.: e todo e qualquer tipo de informação relacionado com a nossa Subl.: Ord.:.
O sigilo e a segurança deste diário (blog) é altamente confiável, e somente terão acesso os IIr.: que receberem as devidas informações via e-mail, onde constará como aceessar o Diário (blog) e qual a senha a ser utilizada. Para tanto solicitamos aos IIr.: o devida discrição e sigilo destas informações...
Obrigado...
José Carlos Ramires