sábado, 22 de março de 2008

ÁGUA, FONTE DA VIDA...

A Assembléia Geral das Nações Unidas adotou a resolução A/RES/47/193 de 22 de fevereiro de 1993, através da qual 22 de março de cada ano seria declarado Dia Mundial das Águas (DMA), para ser observado a partir de 93, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 (sobre recursos hídricos) da Agenda 21. E através da Lei n.º 10.670, de 14 de maio de 2003, o Congresso Nacional Brasileiro instituiu o Dia Nacional da Água na mesma data

A água é a substância mais abundante na face da terra. E também é a mais simples entre todas as substâncias líquidas que podemos imaginar. É constituída por três átomos somente, dois de hidrogênio (H) e um de oxigênio (O), formando a molécula H2O. O hidrogênio sozinho é um gás extremamente explosivo em contacto com o oxigênio que compõe o ar que respiramos. Veja que paradoxo. Um explosivo (hidrogênio) e o outro (oxigênio), que comparece com 21% no ar que respiramos e que é necessário, não só à nossa vida, mas também à de todos os outros seres, sejam animais ou vegetais. Um explosivo e outro, vivificador, que juntos formam o mais importante líquido deste nosso planeta.
Água... a fonte da vida, sem ela não somos nada. É o melhor solvente que existe no mundo animal e vegetal. Ela consegue manter em solução uma quantidade infindável de outras substâncias, pois praticamente quase tudo nela pode ser dissolvido. O sal, o açúcar, etc. e uma infindável quantidade de outros líquidos nela são dissolvidos, assim como nela se dilui uma quantidade incalculável de outros sólidos. É o solvente universal. Sem a água não existiríamos, pois dela tudo provem. A vida surgiu na água. Até para sermos gerados no útero das mulheres, crescemos e nos alimentamos por seu intermédio. Sem ela não seríamos gerados. Todos os seres vivos não seriam gerados. Ela, a água, é a fonte primordial da existência da vida.
Mas será que estamos realmente conscientes disto? A água acabará algum dia? São perguntas que merecem serem analisadas e merecem uma resposta. Que respostas poderemos dar?
Como na música de Guilherme Arantes – “Planeta Água”. Esta nossa nave onde viajamos no infinito do universo, não deveria chamar-se Terra, mas sim Água, planeta Água.
“Águas que caem das pedras no véu das cascatas, ronco de trovão, depois dormem tranqüilas no leito dos lagos... Água dos igarapés, onde Iara, a mãe d’água, é misteriosa canção. Água que o sol evapora, pro céu vai embora virar nuvens de algodão... Gotas de água da chuva, alegre arco-íris sobre a plantação. Gotas de água tão tristes, são lágrimas na inundação...Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão, e sempre voltam humildes pro fundo da terra... Terra! Planeta Água”.
A água é extremamente abundante na face da terra, mas esta é uma notícia salgada. É como morrer de sede em frente ao mar. A Terra tem 1 bilhão e quatrocentos milhões de quilômetros cúbicos de água. Só que 97,5% desse aguaceiro todo é água do mar, é maré cheia. As reservas de água doce mais parecem uma gota no oceano. Em tese, sobrariam 2,5% de água potável disponível. Parece pouco e, na prática, é menos ainda.
A maior parte desta já pequena parcela própria para o consumo está fora do nosso alcance. Mais de dois terços (69%) da água pura está nas calotas polares, sob a forma de gelo, e cerca de 30% é formada por lençóis subterrâneos. Rios e lagos, nossas principais fontes de água, representam 0,26% do total do líquido indispensável à vida.
Assim como o mundo é desigual, a distribuição da água também é desigual. De um lado chuva torrencial e de outro, seca total. Tão irregular quanto à distribuição de riquezas entre as nações, assim é a partilha da água no planeta. São casos dramáticos. Há regiões, como no norte da África, onde 11 países são atravessados pelo deserto do Saara e regiões ricas em água doce que também sofrem com a repartição desigual deste líquido tão precioso á vida.
Na prática o Brasil é um exemplo típico de um pobre país rico em recursos hídricos, onde 78% destes recursos se encontram na região e na bacia amazônica e justamente na região menos habitada, a região norte, com apenas 17 milhões de habitantes. Os outros 143 milhões de brasileiros têm de se virar para dividir com o que resta e nesta situação, têm-se casos dramáticos de falta de água, principalmente na região nordeste e até no extremo sul do país, caso do Rio Grande do Sul. E não é só em zonas rurais que temos estes problemas de escassez de água. Em grandes centros urbanos, como as metrópoles temos exemplos de casos alarmantes de falta deste precioso e importante líquido, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Em nossa cidade e em grande parte das cidades do norte do Paraná e do interior de São Paulo, felizmente temos uma grande fonte fornecedora de água potável, que se constitui na maior reserva de água potável subterrânea do mundo – o Grande Aqüífero Guarani, que são águas não necessitando de tratamento, é colhida in natura, como se bebêssemos de uma fonte. Mas que infelizmente, não é inesgotável. Pois se continuarmos a fazer uso indevido e de exploração predatória, um dia irá acabar, e isto é muito preocupante. É como a água de um poço, destes que se fazem em sitos e fazendas, que se retirarmos com muita avidez, não haverá tempo para a própria natureza recompor o volume consumido. A natureza necessita de um tempo para se recompor e disso não nos atinamos e nem nos preocupamos, o que é um erro fatal.
Portanto, é extremamente importante que façamos um bom uso da água e que não haja desperdício. Pequenas ações são importantes. Não fique mais do que cinco minutos no banho com água aberta no chuveiro. Não deixar torneiras abertas ao nos lavarmos e escovarmos os dentes. Usar torneiras com chuveirinhos. Não usar em privadas, as famosas válvulas de descarga, antes usar vasos de descarga. Não lavar calçadas com mangueiras, usar vassouras junto com a água.
Na cozinha usar métodos mais econômicos para a lavagem dos utensílios domésticos. Primeiro se eliminar todos os resíduos sólidos, depois imergir em água com a pia fechada, ensaboar com detergente e só depois enxaguar. São pequenos atos, que isolados nos parece uma bobagem, mas que juntos com milhões de outros fazendo o mesmo, teremos um resultado surpreendente. Se informe, procure a Sabesp, que possui uma infinidade de folhetos explicativos de programas e outros projetos comunitários.
Muitas outras ações podem ser feitas, aqui envolvendo programas e projetos de reutilização de águas consumidas e até de reaproveitamento de águas pluviais, principalmente em grandes condomínios residenciais, em grandes casas, em indústrias e em grandes supermercados. E também com ativação de projetos governamentais de recuperação e proteção de mananciais, de recuperação das matas ciliares de riachos, pequenos e grandes rios, e nestes casos muito envolvidos estando os sitiantes, fazendeiros e proprietários de grandes conglomerados agrícolas e de agronegócios.
Façamos do bom uso da água, que é a fonte da vida, a nossa promessa de sobrevivência, talvez não nossa, mas antes, da sobrevivência de nossos futuros descendentes neste planeta Terra, para que ele possa ainda ser continuadamente chamado de planeta Água.

José Carlos Ramires
Colaborador
20/03/2008

quarta-feira, 19 de março de 2008

A3P - Agenda Ambiental na Administração Pública

Programa de redução dos desperdícios de água e recilagem do lixo e outras ações para a melhoria do meio-ambiente.