terça-feira, 22 de novembro de 2011

O FIM DO FUTURO...

O FIM DO FUTURO...

Uma crônica interessante, intrigante e preocupante...

José Carlos Ramires

Peter Thiel

National Review

Um.

A civilização ocidental moderna se sustenta sobre os pedestais gêmeos da ciência e da tecnologia. Juntos, esses dois campos nos asseguram que a história de progresso ininterrupto do século 19 segue intacta. Sem eles, os argumentos de que vivemos uma decadência cultural – desde o colapso da arte e da literatura após 1945 ao totalitarismo do politicamente correto e aos mundos sórdidos dos reality shows – ganhariam muito mais força.

Os liberais afirmam que a ciência e tecnologia continuam saudáveis. Os conservadores às vezes dizem que elas são falsas utopias; mas os dois lados concordam que o firme desenvolvimento e aplicação das ciências naturais devem continuar.

No entanto, durante a Grande Recessão, que começou em 2008 e ainda não terminou, essas grandes expectativas foram suplementadas por uma necessidade desesperada. Precisamos de empregos bem pagos para nem pensar em competir com China e Índia por empregos mal remunerados. Precisamos de crescimento para preencher as expectativas ilusórias de nossas aposentadorias e dos nossos fugidios Estados de bem-estar Social. Precisamos de Ciência e Tecnologia para nos tirar do profundo buraco econômico e financeiro, embora a maioria de nós não possa separar ciência de superstição ou tecnologia de mágica.

Sabemos que o otimismo desesperado não vai nos salvar. O progresso não é automático nem mecânico, é raro. Aliás, a história única do ocidente é a exceção da regra de que a maioria dos seres humanos existiu num estado brutal, imutável e empobrecido por milênios. Mas não há uma lei garantindo que a ascensão do Ocidente vá continuar.

Portanto, faríamos bem em analisar a opinião amplamente aceita de que os Estados Unidos estão no caminho errado (e já há algum tempo). Seria bom também perguntar se o progresso não está se saindo tão bem como alardeiam e, talvez, tomar medidas excepcionais para conter e reverter um possível declínio.

O estado atual da verdadeira ciência é a chave para saber se há realmente algo de podre nos EUA. Mas qualquer avaliação tropeça em um desafio quase intransponível. Quem poderá avaliar a saúde do universo do conhecimento humano, uma vez que muitos campos científicos ficaram complexos, esotéricos e especializados demais?

Quando qualquer campo exige metade de uma vida de estudos para que seja dominado, quem poderá comparar adequadamente a taxa de progresso em nanotecnologia, criptografia, teoria das supercordas e 610 outras disciplinas? Aliás, como saber se os chamados cientistas não são legisladores e políticos disfarçados, como alguns conservadores suspeitam em campos tão díspares, como mudanças climáticas e biologia evolutiva, como eu vim a suspeitar em quase todos os campos?

Por enquanto, vamos reconhecer esse problema de medição, mas não permitir que ele paralise a investigação sobre a modernidade antes de ela começar.

Dois.

Confrontado às grandiosas esperanças dos anos 1950 e 1960, o progresso tecnológico ficou devendo. O exemplo mais literal da não aceleração é: não estamos nos locomovendo mais depressa. O aumento da velocidade de locomoção ao longo dos séculos – veleiros cada vez mais rápidos nos séculos 16 e 18, trens cada vez mais velozes no século 19 a carros e aviões no século 20 - foi revertido pela desativação do Concorde em 2003, sem falar dos atrasos em aeroportos.

Os atuais defensores de jatos espaciais, férias lunares e exploração tripulada do Sistema Solar parecem vir de outro planeta. Uma desbotada capa de Popular Science de 1964 – “Quem o levará para voar a 3.200 km/h?” – recorda vagamente os sonhos de uma era passada. A explicação oficial para a desaceleração nas viagens gira em torno do alto custo do combustível, o que aponta para o fracasso ainda maior na inovação energética.

Os preços reais do petróleo excedem hoje os da catástrofe de Jimmy Carter de 1979-80. O apelo de 1974 de Nixon para uma plena independência energética até 1980 deu lugar ao apelo de 2011 de Obama por um terço de independência de petróleo até 2020.

A indústria nuclear e sua promessa de 1954 de “energia elétrica barata demais para se medir” foi derrotada há muito tempo pelo ambientalismo e a preocupação com a proliferação nuclear.

Não se pode, em boa consciência, encorajar um estudante universitário em 2011 a estudar energia nuclear como carreira. A “tecnologia limpa” virou um eufemismo para “energia cara demais” e, no Vale do Silício, virou também um termo cada vez tóxico para maneiras quase garantidas de perder dinheiro.

Sem inovações drásticas, a alternativa ao petróleo mais caro poderá acabar sendo não as energias mais limpas e muito mais caras, extraídas de vento e sol, mas a do menos caro e mais sujo carvão. Para fins atuais, basta notar que 40% da carga ferroviária envolve o transporte de carvão.

No caso da agricultura, a fome tecnológica pode levar a uma fome real ao velho estilo. O esmorecimento da verdadeira Revolução Verde – que aumentou em 126% a produção de grãos de 1950 a 1980, mas progrediu apenas 47% depois disso, mal conseguindo acompanhar o ritmo do crescimento da população global – encorajou outra “revolução verde”, esta mais intensamente divulgada e de um caráter mais político e mais incerto.

Podemos embelezar a Primavera Árabe de 2011 como alvissareiro subproduto da Era da Informação, mas não deveríamos desconsiderar o papel principal da disparada dos preços dos alimentos e das muitas pessoas desesperadas que ficaram mais famintas que temerosas.

Apesar de a inovação em Medicina e Biotecnologia não ter estagnado completamente, também há muita redução das expectativas. Em 1970, o Congresso americano prometeu a vitória sobre o câncer em seis anos. Quatro décadas depois, podemos estar 41 anos mais perto, mas a vitória parece muito mais distante.

Os políticos de hoje achariam muito mais difícil persuadir um público mais cético a começar uma guerra comparável contra o Mal de Alzheimer – apesar de quase um terço dos americanos com 85 anos ou mais, sofrerem de alguma forma de demência. A medida mais crua, que é a expectativa de vida americana, continua aumentando, mas com certa desacelaração – de 67,1 anos para homens em 1970 para 71,8 em 1990 e 75,6 em 2010.

Olhando para o futuro, vemos muito menos drogas revolucionárias sendo desenvolvidas – talvez por causa da intransigência da FDA (agência federal americana que controla alimentos e remédios), talvez pela inépcia dos pesquisadores de hoje e pela incrível complexidade da biologia humana.

Nos próximos três anos, as grandes companhias farmacêuticas perderão cerca de um terço de seu fluxo de receita corrente com a expiração de patentes, de modo que, numa resposta perversa, mas compreensível, elas começaram a liquidação dos departamentos de pesquisa que deram tão poucos frutos na última década e meia.

Três.

Por exclusão, os computadores viraram a única grande esperança para o futuro tecnológico. A aceleração na Informática contrasta dramaticamente com a desaceleração em todo o resto.

A Lei de Moore, que prevê a duplicação do número de transistores que pode ser empacotado em um chip a cada 18-24 meses, permaneceu verdadeira por mais tempo do que todos (inclusive Moore) teriam imaginado em 1965. Um celular em 2011 tem mais poder de computação do que todo o programa espacial Apollo em 1969.

Da perspectiva de Palo alto, um retorno ao ano festivo de 1999 parece quase dentro do alcance. Tudo que reluz parece ouro. Milhares de novas empresas de internet são lançadas a cada ano, e as valorizações das empresas web 2.0 aumentaram; e não inteiramente sem razão, talvez duas a seis dessas empresas recém-criadas cruzarão a linha de valorização de US$ 1 bilhão, cinco anos depois de sua criação.

Afinado com essa nova vida para a nova economia, o Google comandou um movimento paralelo que quase dobrou os salários dos engenheiros de computadores mais talentosos nos últimos três anos. Além dos dólares, basta assistir ao filme A Rede Social, para ver como o Facebook e seus 800 milhões de usuários captaram o novo espírito da época.

A dissociação econômica dos computadores e de tudo o mais, gera mais perguntas do que respostas, e apenas sugere o estranho futuro para o qual as tendências de hoje caminham. Os supercomputadores se tornariam motores poderosos para a criação milagrosa de formas inteiramente novas de valor econômico, ou apenas virariam armas poderosas para reformar estruturas existentes e, por natureza, implacáveis? Como se mede a diferença entre progresso e mera mudança? Quanto há de cada um desses?

Quatro.

Se ocorre um progresso científico e tecnológico significativo, seria razoável esperar maior prosperidade econômica (embora essa possa ser contrabalançada por outros fatores). E também o inverso: se os ganhos econômicos, medidos por indicadores-chave, foram limitados ou inexistentes, talvez o mesmo tenha ocorrido com o progresso científico e tecnológico.

Portanto, na medida em que o crescimento econômico é mais fácil de quantificar que o progresso científico ou tecnológico, os números econômicos conterão pistas indiretas, mas importantes.

O desenvolvimento econômico isolado mais importante dos últimos tempos foi a estagnação geral de salários e rendas desde 1973, o ano em que os preços do petróleo quadruplicaram.

Para uma primeira aproximação, o progresso em computadores e o fracasso em energia parecem ter quase se anulado mutuamente. Como Alice na corrida da Rainha das Copas, nós, e nossos computadores, fomos obrigados a correr cada vez mais, para ficar no mesmo lugar.

Tomados pelo valor nominal, os números econômicos sugerem que, a noção de um progresso vertiginoso e em todos os âmbitos, errou feio o alvo. Quem acreditar nos dados econômicos terá de rejeitar o otimismo do establishment (status quo) científico. O futuro econômico parecia muito diferente nos anos 1960.

Em seu Best-seller de 1967, “O Desafio Americano”, Jean-Jacques Servan-Schreiber argumentou que a aceleração do progresso tecnológico alargaria a distância entre os EUA e o resto do mundo. Segundo o autor, a diferença entre os EUA e Europa (exceto Suécia) cresceria de uma diferença de tipo, comparável à diferença entre Europa e Egito ou Nigéria.

Com isso, os americanos enfrentariam menos pressão para competir: “Em 30 anos, os EUA serão uma sociedade pós-industrial. Serão só quatro dias de trabalho por semana e sete horas de trabalho por dia. O ano terá 39 semanas de trabalho e 13 semanas de férias. Somando-se os fins de semana e feriados, isso resultará em 147 dias de trabalho e 218 dias livres por ano. Tudo isso dentro de uma única geração.”

Precisamos resistir à tentação de descartar o otimismo da era espacial de Servan-Schreiber para compreender como o consenso que ele representava poderia ter estado terrivelmente equivocado – e como, em vez disso, para muitos americanos, o Quarto Mandamento (“Lembra-te do dia de descanso, para o santificar”) foi esquecido.

Cinco. A desaceleração da tecnologia ameaça toda a ordem política moderna, que se apoia no crescimento fácil e contínuo.

O toma-lá-dá-cá das democracias ocidentais depende da ideia de que podemos criar soluções políticas que capacitem a maioria das pessoas a ganhar sempre durante a maior parte do tempo. Mas, em um mundo sem crescimento, podemos esperar um perdedor para cada ganhador.

Muitos suspeitarão que os vencedores estão envolvidos em alguma maracutaia, de modo que podemos esperar uma rudeza cada vez mais deplorável em nossa política. Podemos testemunhar os princípios de um sistema de soma zero em política nos EUA e Europa ocidental, na medida em que os riscos mudam de ganhar menos para perder mais, e que nossos líderes procuram desesperadamente soluções macroeconômicas para problemas que não foram primariamente de economia por muito tempo.

O nome mais comum para uma ênfase mal colocada em política macroeconômica é “keynesianismo”. A despeito de seu brilhantismo, John Maynard Keynes sempre foi uma fraude, e sempre houve um pouco de tapeação no estímulo fiscal em massa e na correlata impressão de papel-moeda. Mas temos que reconhecer que essa fraude curiosamente pareceu funcionar por muitas décadas.[1]

O forte vento de popa científico e tecnológico do século 20 potencializou muitas décadas economicamente ilusórias. Mesmo durante a Grande Depressão dos anos 30, a Inovação levou a avanços em campos como rádio, cinema, aeronáutica, eletrodomésticos, química de polímeros e recuperação secundária de petróleo. Apesar de seus muitos erros, os agentes do New Deal impeliram fortemente a inovação. Os déficits do New Deal foram facilmente quitados pelo forte crescimento das décadas seguintes.

Durante a Grande Recessão dos anos 2010, ao contrário, nossos líderes políticos debatem estreitamente questões fiscais e monetárias com muito mais erudição, mas adotaram uma mentalidade de “Culto à Carga[2] com respeito à inovação futura.

À medida que os anos passam e a carga não chega, nós acabamos duvidando se ela algum dia voltará. A era das bolhas monetárias terminará naturalmente em austeridade real.

Uma pessoa perversa poderia até perguntar se “economias do lado da oferta” realmente foram o tipo de senha para “keynesianismo”. Por enquanto, basta reconhecer que alíquotas fiscais margtinalmente mais baixas podem não ocorrer e não substituiriam a muito necessária construção de centenas de novos reatores nucleares.

Seis. Responder à questão de se houve ou não uma desaceleração tecnológica está longe de ser uma tarefa tranqüila. A questão crítica de por que tal desaceleração parece ter ocorrido é ainda mais difícil, e não há espaço para tratá-la por completo aqui. Encerremos com a com a questão correlata de o que pode ser feito agora.

Mais sucintamente, será que nosso governo pode religar o motor parado da inovação? O Estado pode impulsionar com sucesso a ciência; não há por que negá-lo. O Projeto Manhattan e o programa Apollo nos lembram dessa possibilidade.

Mercados livres podem não financiar tanta pesquisa básica quanto necessário. Um dia após Hiroshima, o New York Times pòde, com alguma razão, pontificar sobre a superioridade do planejamento centralizado em matérias científicas: “Resulta final: uma invenção (a bomba nuclear) que foi dada ao mundo em três anos teria tomado talvez meio século para se desenvolver se tivéssemos que depender de pesquisadores ‘primas donnas’ que trabalham sozinhos”.

Mas isso era outra época. A maioria de nossos líderes políticos não é formada por engenheiros ou cientistas. Hoje, uma carta de Einstein ficaria perdida na sala de correio da Casa Branca, e o Projeto Manhattan nem teria começado; ele com certeza não poderia ser concluído em três anos. Não conheço um único líder político nos EUA, seja ele democrata ou republicano, que cortaria gastos com saúde para liberar dinheiro para pesquisa em biotecnologia – ou, mais geralmente, que faria cortes sérios no sistema de previdência para liberar dinheiro sério para grandes projetos de engenharia. Robert Moses, o grande construtor da cidade de Nova York dos anos 1950 e 1960, ou Oscar Niemeyer, o grande arquiteto de Brasília, pertencem a um passado em que as pessoas ainda tinham ideias concretas sobre o futuro.

Os eleitores hoje preferem casas vitorianas. A ficção científica ruiu como gênero literário. Homens chegaram à Lua em julho de 1969 e Woodstock começou três semanas depois. Com o benefício do olhar retospectivo, podemos ver que foi aí que os hippies se apoderaram do país e que a verdadeira guerra cultural sobre o progresso foi perdida.

Os hippies envelhecidos de hoje não compreendem mais que existe uma grande diferença entre a eleição de um presidente negro e a criação de energia solar barata; em suas mentes, o movimento pelos direitos civis caminha em paralelo ao progresso geral em todos os lugares.

Por causa dessas confusões, a esquerda progressista dos anos 1960 não consegue perguntar se as coisas realmente não poderiam ficar piores. Eu me pergunto se as intermináveis falsas guerras culturais em torno das políticas de identidade não serão a principal razão de termos ignorado a desaceleração tecnológica por tanto tempo.

Seja como for, após 40 anos à deriva, não é fácil encontrar o caminho de volta para o futuro. Para haver um futuro, seria bom que começássemos a refletir mais sobre ele.

O primeiro passo – e o mais difícil – é perceber que estamos em um deserto, e não em uma floresta encantada...



[1] Único país no mundo onde a proliferação do papel-moeda não provocava inflação.

[2] Uma metáfora americana muito semelhante à metáfora brasileira do Delfim Neto: de primeiro deixar o bolo crescer para depois repartir. E até agora o bolo não foi repartido. Assim funciona também a metáfora do “Culto à Carga”.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Ao belo Hino... Que ganhou o concurso do Hino Nacional Brasileiro, mas que não levou, mas da República se tornou...

José Carlos Ramires

Colaborador

18/11/2011

Em 20 de janeiro de 1890 é escolhido no Teatro Lírico do Rio de Janeiro este belo hino que ganha o concurso na escolha do Hino Nacional promovida pelo primeiro governo republicano mas que de fato não leva a glória de sê-lo, e que, por merecimento, se transforma, em minha opinião, num dos mais belos hinos dos que já ouvi, nestes já longos anos de vida. Em 21 de janeiro de 1890, por Decreto do Governo Provisório, ele é definido como o Hino Oficial da Proclamação da República. Um hino com bela sonoridade, musicalidade e de fácil assimilação para a memorização, senão da letra, pelo menos da música, que linda, e muito, de fato é... De tão linda a música e de um refrão tão forte, um trecho dele foi usado no samba-enredo da Escola de Samba “Imperatriz Leopoldinense”, vencedora do desfile de comemoração do centenário da Proclamação da República no ano de 1989 e a frase “Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós”, ficou marcada na mente e nas lembranças de muitos.

Lembro-me que este hino era muito cantado em todas as escolas brasileiras, assim como também o eram, como não poderia deixar de ser, dos Hinos Nacional, da Independência e da Bandeira. Hoje, não sei, mas penso que, poucas escolas devam todos cantá-los, sendo os únicos, talvez, os hinos Nacional Brasileiro e da Bandeira, e raramente os hinos da Independência e da República... Uma pena, mas canções modernas e atuais, são ensinadas aos alunos pequenos, nas aulas de música, mas os tradicionais Hinos não... Poucos conhecem e sabem cantá-los... Uma pena...

Este belo poema musicado, foi escrito por José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque, um poeta, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, sendo a peça musical, ainda tão bela quanto, e que adorna este poema, de autoria do maestro Leopoldo Augusto Américo Miguez.

O primeiro, um poeta, escritor, um Pernambucano de Recife, nascido em 04 de setembro de 1867, tendo falecido na cidade do Rio em 09 de junho de 1934. O outro, grande musicista, compositor, violinista e maestro, natural de Niteroi, Estado do Rio, nascido em 09 de setembro de 1850 e falecido, também na cidade do Rio, em 06 de julho de 1902, com apenas 52 anos.

A letra deste hino, por conta do excesso de erudição de Medeiros e Albuquerque, seu autor, torna a sua compreensão em uma tarefa extremamente complexa e difícil. Vejamos no que poderemos decodificar e fazer-se entender do significado escondido desta letra, de alta sonoridade poética, mas de difícil interpretação...

“Que este hino seja um manto desdobrado de luz sob a grandeza dos céus deste Brasil...

Que este canto rebelde venha redimir as mais repugnantes desonras do passado.

Que seja ainda um Hino de Glória, que fale das esperanças de um novo futuro, e quem, por este futuro surjir e lutar por ele, seja embalado por grandes visões de conquistas.

Liberdade! Liberdade! Que você, Liberdade, abra as asas sobre nós e nos proteja com seu Manto Protetor. Nas tempestades das Lutas, faz com que ouçamos a tua Voz...

Pois que nós nem acreditamos que há tão pouco tempo tenha havido escravos entre nós, neste nosso nobre País... Hoje não, pois que a luz vermelha do amanhecer, encontra somente irmãos, e não inimigos tiranos. Somos todos iguais, e no futuro saberemos levar a augusta bandeira de nossa Pátria, pura e vitoriosa, brilhando no mais alto lugar...

Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós. Que nas tempestades das lutas ouçamos a tua voz...

Se for necessário, que de peitos valentes, corra sangue em nossa bandeira, o sangue vivo do herói Tiradentes, que já batizou este corajoso pavilhão!

Mensageiro de Paz, Paz queremos, que é de amor a nossa força e o nosso poder. Mas que da Guerra, nos momentos decisivos, heis de ver-nos lutar e vencer...

Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós... Que das lutas na tempestade, ouçamos a tua voz!

É preciso que o Grito do Ipiranga, seja um Grito orgulhoso de Fé!

O Brasil, de pé, já surgiu libertado sobre as reais cores vermelhas-escuras... (Casa Imperial)

Eia pois brasileiros, vamos em frente! Que colhamos vistosas glórias!

Que o nosso País seja triunfante! Uma Terra Livre... de Livres Irmãos!

Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós... Que das lutas na tempestade, ouçamos a tua voz!”

Que haja esperança ainda em nosso futuro e que no porvir de amanhã sejamos abençoados por uma verdadeira República, cujo significado em sendo “coisa pública” (res publica), que ela não seja enlameada, como vem sendo até agora... Que deixe de ser para alguns uma “coisa privada”, algo que seja propriedade de alguns, com benefícios para poucos, com custo de todos. E que tenhamos, enfim, neste porvir, uma verdadeira democracia e não um arremedo, um engodo...

E para tanto, que nas próximas eleições sejamos os portadores efetivos deste poder, do povo e para o povo, expurgando de modo definitivo os maus políticos enlameados pela sujeira podre da corrupção... Viva o Brasil e viva a República, a verdadeira República... Um basta aos desmandos, sejam eles quais forem...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Chefe Olavo, um exemplo de cidadão que sempre foi e sempre será...

Chefe Olavo, uma figura exemplar, um cidadão por excelência, um homem simples, com humildade aflorando em sua pele, em seus atos e palavras. Seu nome completo, Olavo Ayres de Lima, tendo “y” no seu nome Ayres, que diz ele, não sabe de onde provem, ou pelo menos o do porquê de tão inusitado nome, segundo suas palavras. E que faz “questam” deste “y”, como sempre costuma dizer para o vocábulo “questão”, um cacoete lingüístico, talvez ligado ao caipirismo, por conta de suas origens e do local de seu nascimento, a bela Itapetininga, uma das cidades da média Sorocabana pertencente ao Quadrilátero Caipira, região formada pelas localidades de Sorocaba, Botucatu, Piracicaba e Campinas, de onde muitos músicos surgiram, e que, tal como os violeiros, cantadores do sertão, sanfoneiros e das famosas “duplas caipiras”, também o Chefe Olavo, nascido entre eles, contagiado foi pela virose musical muito forte da região, tornando-se um apaixonado pela música e de seus instrumentos de sopro, as cornetas, clarins e trumpetes... Em muitos bailes e orquestras, este músico Olavo, encantou e alegrou... Jovens e adultos.

Nascido em 23 de dezembro de 1923, de sua mãe d. Eugênia Ayres de Lima e de seu pai, Cesário Ayres de Lima, Olavo, um rapazote com seus 14 anos incompletos, chega a Santo Anastácio no último trimestre de 1937, que para ele, penso eu, deva ter sido uma experiência única e marcante.

Seu pai, Sr. Cesário, nascido em Ribeirão Preto, um rapaz que trabalhava como músico num circo, por uma dessas andanças circenses, chega a Itapetininga e lá conhece uma linda senhorita de nome bonito e charmoso, Eugênia... Com ela se casa, por lá fica e estabelece residência. Trabalha como músico e como funileiro na confecção de artigos de lata e de folhas-de-flandres, como canecos, funis, lamparinas e lampiões a querozene e outros produtos e artigos de ferro. Com d. Eugênia teve dois filhos, um que logo morre aos sete anos de idade e o segundo, Olavo, que por tal destino, acaba sendo filho único.

Como sabia escrever, seu Cesário arruma um trabalho num banco em Pirajú e para lá se muda. A família mora um tempo em Ipauçú e depois em Assis. Aqui nesta cidade passa a trabalhar na Estrada de Ferro Sorocabana, dando por vir a Santo Anastácio, com a mulher, d. Eugênia e seu filho Olavo, para trabalhar por alguns meses... E por aqui acabou ficando e montando residência. E de Santo Anastácio, ela e seu filho Olavo nunca mais saíram... E adotaram este rincão anastaciano, como lar definitivo...

D. Eugênia, por conta de sua atividade de parteira, profissão de prática adquirida ainda em Itapetininga, por obra e arte de uma enfermeira-parteira formada na Escola de Medicina de Curitiba, que muito a auxiliou nos altos de Itapetininga, muitos partos aqui executou e muitas crianças ao mundo ela apresentou.

Foram mais de duas mil crianças que de suas mãos nasceram. Muitas crianças e muitas estórias, de vidas ainda por contar, que de muitos não se sabe, mas ela, no seu mundo espiritual reservado, sabe quem e porque vieram, porque nasceram e um destes, de suas mãos nascido, neste momento escreve e a homenageia, e também a seu filho, e por isto e por muito mais, meus agradecimentos sinceros lhes dedica. A d. Eugênia, por meu nascimento e ao Chefe Olavo, por seus exemplos de cidadania, de humildade e de bondade.

Em Santo Anastácio, Olavo conhece uma graciosa jovem de nome Maria, que de Aparecida lhe completa. Casam-se na Igreja Paroquial de Santo Anastácio em 08 de dezembro de 1948, e deste matrimônio, três filhos nascem: Maria Eugênia, Darli e Oliver, e de seus casamentos, chefe Olavo e sua mulher Maria, hoje, sete netos e dois bisnetos possuem... Mas, muitos outros descendentes deixa o Chefe Olavo, seus pequenos e jovens escoteiros espalhados, que com certeza em seus corações e mentes, um gosto alegre de saudade a todos os remete.

A vida deste anastaciano de coração foi pautada por exemplos dignos de um verdadeiro cidadão, preocupado que era pelo encaminhamento dos jovens, nas sendas e nos ensinamentos do Velho Lobo, codinome de Benjamim Sodré, um Almirante, que escreveu o “Guia do Escoteiro”, de 1925, servindo a muitos grupamentos de escoteiros como guia e orientação em suas atividades e também ao Velho Lobo anastaciano, o Chefe Olavo.

Em 18 de março de 1967 é admitido na Venerável Loja Maçônica “José Bonifácio”, onde também se dedicou com muito amor e incansável labor, às lides e responsabilidades desta augusta e respeitável Ordem. Foram 44 anos de atividade ininterrupta...

Chefe Olavo, digno e diligente vereador na 7ª legislatura, de 1973 a 1977. Foi também Conselheiro Tutelar em nossa comunidade e, já de algum tempo, é membro honorário do Rotary Club desta cidade. A sua profissão sempre foi a de pintor, pintor de casas, de letreiros, de propagandas em painéis e de tudo que se relacionasse a letras e a escritos, e também pintor de todo tipo de equipamentos. Um incansável batalhador nesta lide.

Mas, de certo modo, o que ficou marcado em sua vida, foi a sua dedicação ao Escotismo em nossa terra. Em 1955 teve seu primeiro registro oficial na UEB – União dos Escoteiros do Brasil. Fundador e criador do Grupo Escoteiro Caiuá, nº 124 – UEB/SP.

Entretanto, desde 1938, com idade de 14/15 anos, sempre lidou com o escotismo, seja participando ou chefiando. Foram mais de 60 anos de luta e dedicação ao escotismo anastaciano. Muitas crianças e jovens anastacianos passaram pela orientação educadora do grande e agora “Velho Lobo”, o grande “Chefe”, o sempre e sempre Chefe Olavo...

A você, meu querido Chefe, os nossos agradecimentos e em nome de todos e por todos os seus pupilos escoteiros, um sempre e grandioso grito de “hurra”... E em especial, neste glorioso dia de 11 de novembro de 2011, véspera das festividades das comemorações republicanas, do dia da Bandeira e das comemorações dos 86 anos de emancipação político-administrativa de nosso município, quando a Câmara Municipal outorga e entrega ao Chefe Olavo, com justiça e glória, o seu bem merecido, justo e perfeito título de “Cidadão Anastaciano”, que em verdade, sempre foi e sempre será... Os nossos parabéns ao cidadão Olavo Ayres de Lima, o nosso sempre “Chefe Olavo”...

Um abraço especial, por três vezes...

José Carlos Ramires - jc_ramires@yahoo.com.br

11/11/2011

sábado, 17 de setembro de 2011

Sete de Setembro, uma comemoração e tanto...




Sete de setembro, uma comemoração e tanto...

A comemoração cívica mais importante e bonita que já vi em minha vida aconteceu nesta última quarta-feira, 07 de setembro de 2011, 189 anos depois... Muitos anos nos separam desde aquele glorioso 07 de setembro de 1822, o dia em que o Príncipe-Regente D. Pedro declara o Brasil independente do Reino de Portugal.

Como isto aconteceu? Como fui acordado? Como me chamaram atenção? Simplesmente pelos sons ecoados de baixo para cima, desde a Praça Ataliba Leonel, quando um grupo de 24 rapazes, entre jovens e crianças, em formação característica, gritando alertas e frases de comando, chamando e convocando os transeuntes para o evento que em seguida se apresentaria.

Isto logo cedo, por volta das oito horas da manhã, de um Sete de Setembro até então mal lembrado, e nem sequer citado. Foram precisos 24 jovens para me alertar. Hoje é o Sete de Setembro! Não um dia qualquer. E deram três, cinco voltas na praça. Fui me trocar e tomar um café. Um café rápido.

Entretanto, por força de compromisso de trabalho, fui em direção ao meu escritório, quando percebi o movimento daqueles jovens sentados numa ruela da praça ainda sem calçamento. Estavam todos em cima da areia esparramada naquele trecho, sentados em bancos amarelos, das mesmas de uma das cores de nossa bandeira, como a anunciar o que logo se viria, veria e se sentiria.

Ao visar aquela formação de jovens, conversando e gesticulando, perguntei-me: - O que será que estão fazendo? Isto me despertou uma curiosidade incontrolável e imediatamente peguei a máquina fotográfica e lá fui averiguar e assuntar.

Era uma conversação, seguida de algumas instruções comandadas por dois jovens, jovens escoteiros já formados e devidamente uniformizados nos costumes e ditames da União dos Escoteiros do Brasil – UEB. Seus nomes: Jorge, o mais velho e Augusto Rena, o mais novo.

Apresentei-me e um colóquio se firmou. Eles estavam preparando uma comemoração e um estudo em grupo do acontecimento do dia, o dia em que se comemora a nossa Independência. O glorioso 07 de setembro...

Algumas fotos tirei, e nestas conversas vi o ressurgimento recente de um dos mais antigos grupos de escoteiros de nossa região, o famoso Grupo de Escoteiros Caiuá, o de nº 124 do Estado de São Paulo. Este mesmo grupo que foi fundado em 1937 e acompanhado durante muitos anos pelo nosso querido e eterno chefe, o Chefe Olavo, o Olavo Ayres de Lima. Infelizmente, no ano de 2000 a sua atividade foi encerrada.

Mas felizmente, por conta e obra destes jovens idealizadores: Jefferson Cassú Manzano, Augusto Cesar Cardoso Rena, Paulo Henrique Botter Ribas, Willian Gyorf Menezes, Livia Arabori e Jorge Antonio Araruna, o nosso querido Grupo de Escoteiros Caiuá renasce, com força e vigor. Sejamos portanto apoiadores e incentivadores deste velho e novo renascido Grupo de Escoteiros, o do sempre número 124, o do sempre nominado Caiuá.

Surpresas ainda viriam... E logo, quando do término da minha lide laboral, neste feriado nacional, dirigi-me para ao outro lado da rua onde lá se encontrava o agrupamento Caiuá de escoteiros. E deste momento em diante presenciei uma das mais comoventes ações de cidadania: a do hasteamento da Bandeira Nacional, de uma pequena e ao mesmo tempo grande bandeira, de um mastro simples, do tronco fino de uma pequena, porém grande árvore, e de uma corda, branca, tão branca quanto a pureza das almas que ali se encontravam, iniciando-se a cerimônia silenciosa e solene da elevação ao mais alto que possível fosse, daquele lábaro verde-amarelo. Não houve nenhum hino, somente o silêncio emocionante dos ruídos leves que por lá se ouviam. E a bandeira tremulando. A tradição não foi cortada. O hasteamento foi realizado. Autoridades não se viram. Não houve escolas. Não houve fanfarras, e nem aparelhos de som. Sem discursos e sem danças... Simplesmente uma única, simples e grandiosa cerimônia de civismo e cidadania.

Vinte e quatro jovens e um senhor de branco, de máquina fotográfica na mão, registrando um momento eterno, destes que se gravam no lado esquerdo do peito... Viva o Brasil, viva a Independência, viva o Grupo de Escoteiros Caiuá... Meus parabéns aos jovens e meus agradecimentos por este momento...

José Carlos Ramires

07/09/2011 – 189 anos da Independência...

jc_ramires@yahoo.com.br

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre a Independência da República Argentina...

Neste dia 9 de Julho, sábado, comemora-se a Data Nacional alusiva à Independência da República Argentina. A todos os “hermanos” e em especial ao querido hermano Luís Oscar Samacoits, as nossascongratulações por estes 195 anos de liberdade, de um governo livre e soberano, que do jugo da coroa espanhola livre se tornou.

Neste mesmo dia Nove de Julho, nós paulistas, comemoramos também mais um aniversário da nossa Revolução Constitucionalista de 1932. E neste mesmo Nove de Julho, só que no ano de 1816, foi Proclamada a Independência da Nação Argentina, na cidade de San Miguel de Tucumán, na província de mesmo nome e por isto, este Congresso ficou conhecido como Congresso de Tucumán, onde se reuniram os Deputados Provinciais, na casa de propriedade de D. Francisca Bazán de Laguna e que deliberaram, depois vários outros Congressos em outras cidades, pela aprovação por aclamação, da Declaração Formal de Independência da Nação Argentina do jugo do Rei Fernando VII de Espanha. Este congresso ficou conhecido como Congresso de Tucumán.

Portanto, nos congratulamos com o povo argentino e com todos os cidadãos de bem espalhados pelo mundo, que lutam pela divulgação das três palavras mágicas: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Viva! a Argentina. Viva! São Paulo. Viva! o Brasil...

José Carlos Ramires

09 de julho de 2011 E.: V.: , 79 anos da Revolução Constitucionalista de 1932 e 195 anos da Declaração de Independência da República Argentina...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

12/abri.2011 >> Colação ao Grau de M.: M.: dos Irmãos Gilson Roberto e Uilson Ap. Ulian Filho...

No dia 12 de abril de 2011 E.: V.:, tivemos a Sessão Magna de Col.: de Gr.: dos IIr.: Gilson Roberto Ozawa e Uilson Aparecido Ulian Filho, este filho do nosso Ir.: Uilson. A cerimônia de Colação de Grau foi realizada no Templo da A.:R.:L.:S.: Dr. Tertuliano de Arêa Leão - 2.571, ao Or.: de Santo Anastácio-SP.
Após a cerimônia tivemos o ágape fraternal, onde pudemos nos confraternizar e nos rejubilarmos pela Exaltação dos Irmãos ao Grau de M.: M.:.
Desejamos os nossos parabéns aos Irmãos, agora na condição de MM.: MMaç.:...

Para visualizar as fotos, clique aqui...

Publicado por José Carlos Ramires

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A CADEIA DE UNIÃO E SUA IMPORTÂNCIA NA MAÇONARIA

A CADEIA DE UNIÃO E SUA IMPORTÂNCIA NA MAÇONARIA

Ir.: José Carlos Ramires – M.:M.: Chanc.:

A origem da palavra “cadeia” vem da palavra latina “catena”. Desta origem latina da palavra, muitas outras surgiram: como o termo concatenar – estabelecer conexão entre, encadear, ligar e também o termo “concatenação” – ato ou efeito de concatenar.

Também pode significar: “corrente de anéis ou elos de metal”, que com associação de idéias surgem palavras com significado de “detenção”, como as “cadeias públicas”, como lugares ou estabelecimentos onde pessoas são detidas ou aprisionadas. Mas, em nosso caso, felizmente, o significado oculto e esotérico é o da formação de uma corrente de união, onde algo deve ser concatenado, ligado.

Esta Cadeia de União ou esta Corrente de União, no seu mais profundo sentido, significa simbolicamente a forte união com que se ligam as nossas obras e todos os conhecimentos adquiridos através da nossa Sublime Ordem. Pelo fato de ela ser formada por homens livres e de bons costumes, ela também nos remete ao conceito da Fraternidade que deve existir entre os Irmãos, e que ela, a Fraternidade, pela União dos Irmãos, deve sempre ser preservada e mantida. E como é uma Corrente formada por Maçons, nela, qualquer idéia, pensamento ou palavras, podem ser concatenadas e deste modo, transitar entre os Irmãos, com uma força tal, que somente com o tempo e com muita introspecção meditativa, poderemos avaliar seu poder espiritual e mental.

O poder desta Mente Coletiva, juntamente com todas as outras Cadeias de União formadas em todo o mundo, podem então ser concatenadas mentalmente, surgindo-se uma Grande Cadeia Universal de União de todos os Maçons esparsos pelo Mundo, tornando ainda mais forte a Grande Mente Coletiva Universal. Eis mais um grande segredo da Maçonaria. E todos nós conhecemos o Poder da Mente...

Em termos práticos, a Cadeia de União é formada sempre ao final dos TTrab.:, ficando o V.: M.: na ponta central oriental. Ao seu lado direito o Ir.: Orad.: e ao seu lado esquerdo, o Ir.: Secr.: . Na ponta Ocidental, alinhando-se no eixo equatorial imaginário do Templo, se posta o M.: CCer.: de frente ao V.:M.:, ficando à sua esquerda o Ir.: 1º Vig.: e à sua direita o Ir.: 2º Vig.:. Os demais IIr.: devem ocupar os arcos laterais nas posições em que se encontravam no Templo, formando assim um grande anel circular ou um círculo achatado. Todo este ritual deve ser executado no Ocidente, mais precisamente em torno do Painel do Grau.

Nestas posições, os IIr.: devem formar esquadrias com o pés, juntando-se os calcanhares e as pontas dos pés juntando-se às pontas dos pés dos irmãos ao seu lado. Os braços devem ser entrelaçados, colocando-se a mão direita sobre o braço esquerdo e dando-se as mãos. Está então formada a Cadeia de União.

E para que serve a Cadeia de União? Serve única e exclusivamente para transmitir-se a Pal.: Sem.: enviada pelo Grão-Mestre da Ordem diretamente ao V.:M.: a cada seis meses (daí o nome Pal.: Sem.:). Tal Pal.: é enviada em um envelope pequeno lacrado dentro de uma sobrecarta endereçada a todas as LLoj.: da jurisdição. E tal fato acontece ao mesmo tempo para todas as Lojas.

E o que é a Pal.: Sem.:? É uma palavra que funciona como uma senha e ao mesmo tempo, como inspiração para meditação de seu significado e dos profundos efeitos que possam introduzir em todas as Mentes dos Maçons e, indiretamente influenciando o desenvolvimento intelectual e místico da Loja.

Esta palavra também tem a função de Regularização dos IIr.: dentro da Ordem. Pois que, em sendo passada em Loja e a cada seis meses, somente os IIr.: regulares, ou seja: os que estejam quites com suas obrigações, é que possuem o direito fundamental de recebê-la[1].

Como é passada a Pal.: Sem.:? De boca a ouvido. O V.:M.: de posse da Pal.: Sem.: passa a Pal.: ao ouvido esquerdo do Ir.: Orad.: e ao ouvido direito do Ir.: Secr.:. Estes últimos dão seguimento da passagem de boca a ouvido, sempre sussurrando, aos demais IIr.: da Cadeia e esta, chegando aos ouvidos dos IIr.: 1º e 2º VVig.: e depois a ambos os ouvidos do Ir.: M.: CCer.:, que imediatamente se dirige ao V.:M.: e as passa aos seus ouvidos. Se ambas forem iguais e a mesma, o V.:M.: diz a todos os presentes que a Palavra está correta e desfaz a Cadeia. Se uma delas (ou as duas) estiver errada, a seqüência de transmissão deverá ser repetida.

Ao final dos trabalhos o papel com a Pal.: Sem.: deverá ser incinerado.[2]

O que dizem os vários Ritos...

  • O R.:E.:A.:A.: é bastante claro em limitar o uso da Cadeia de União única e exclusivamente para a Transmissão da Pal.: Sem.:.
  • O Rito de York (inglês) não usa a Cadeia de União.
  • No Rito de Schroeder (diz-se xireder), ou Rito Alemão, a Cadeia de União é obrigatória ao final de cada Sessão, e é feita dando-se as mãos simplesmente, sem enlaçamentos.

Entretanto, muitas Lojas costumam utilizar a Cadeia de União para outros propósitos, citando-se alguns:

  • Fazer orações.
  • Fazer orações em corrente para Irmãos ou parentes enfermos.
  • Em favor das almas de Irmãos falecidos.
  • Ou quando dois Irmãos estão em desavenças.
  • Uso em Sessões Fúnebres.
  • E outras invocações em prol de vários propósitos universais ou locais.

Mas estes assuntos poderão ser motivos para outras discussões e avaliações.

Para o momento, e de acordo com as nossas leis e costumes usuais, a Cadeia de União, em nosso Rito, o REAA, só deve ser usada para a Transmissão da Palavra Semestral, como garantia do Irmão de sua Freqüência e Regularidade Maçônica.

Santo Anastácio, 07 de abril de 2009 da E.:V.:

ARLS Dr. Tertuliano de Arêa Leão nº 2571

José Carlos Ramires – M.:M.:

Chanc.:



[1] Constituição do GOB - Art. 77. Compete privativamente ao Grão-Mestre Geral:

VIII – expedir a Palavra Semestral, nos meses de janeiro e julho, por meio dos Grandes Orientes dos Estados, do Distrito Federal e das Delegacias, para as Lojas que estiverem no gozo de seus direitos maçônicos;

RGF – Regimento Geral da Federação

Art. 112. Nos meses de janeiro e julho de cada ano, o Grão-Mestre Geral expedirá às Lojas a palavra semestral, através da Secretaria-Geral de Administração, em invólucro lacrado e reservado aos Veneráveis, por intermédio dos Grandes Orientes Estaduais, do Distrito Federal e Delegacias Regionais.

Parágrafo único. Somente as Lojas que estiverem em dia com todos os seus compromissos, quer perante o Grande Oriente do Brasil, quer junto aos Grandes Orientes Estaduais, do Distrito Federal ou Delegacias Regionais, poderão receber a palavra semestral.

Art. 113. O Venerável Mestre transmitirá a palavra semestral aos membros do Quadro na forma prescrita pelo Rito.

[2] Conforme determinações do Ritual do Grau de Aprendiz.

Dia do Trabalho, história e reflexão...

Dia do Trabalho, história e reflexão...

O Dia do Trabalho (ou deveria ser Dia do Trabalhador?) é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários paises do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios.

A história do Dia do Trabalho remonta ao ano de 1886, na então industrializada cidade de Chicago, nos Estados Unidos. No dia 1º de maio desse ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorre nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito, envolvendo policiais e trabalhadores, provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais com policiais.

No dia 04 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze trabalhadores e dezenas de pessoas feridas.

Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa, em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em todo 1º de maio de cada ano.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895, pelo menos na cidade de Santos. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes.

Fato importantes relacionados ao 1º de maio no Brasil:

  • Em 1º de maio de 1940, o presidente Getulio Vargas instituiu o Salário Mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer).
  • Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, às relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.

“O mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo o que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente.” (Texto Budista). Autor desconhecido...

“O seu trabalho não é a pena que paga por ser homem, mas um modo de amar e de ajudar o mundo a ser melhor.” (Thiago de Mello, um poeta).

Crônica de um Operário da Construção...

O Zé é casado, tem mulher e três filhos. Mora na periferia de cidade grande. Pega ônibus, metrô e caminho para andar, até na construção chegar. Leva na mochila uma muda de roupa e um pedaço de pão pra mor de fazer um lanche da tarde, logo depois do trabalho, que de tarde, o bicho pega e a volta demorada. Chega bem de noite, os filho inté dormindo e a mulher esperando, com beijo e com carinho. Vida dura leva o Zé. Todo dia é dia de Zé e de sua mulher Maria, que muito trabalha, cuida da casa e das crianças. Ensina e acompanha os filhos na tarefa da escola, que estudar é preciso e um dia eles, um doutor ou doutora se tornar, e viver bem sem sonhar.

Maria, mulher de fé e de esperança. Esperança de dias tão melhores quanto Deus permitir, e assim ela pensa que Deus há de provir. Mas a vida nos ensina e disso percebeu, que vale mais a busca que o prêmio entregado. Pois que ninguém fica avexado, na luta da conquista, que o prêmio, com certeza, ficará à vista.

E assim os dias se passam, e o Zé de Maria, mais os zezinhos e mariinhas, esperam e esperam... O salário é curto pro mês comprido. Tudo é contado, tudo é somado. Mas não desistem... E dias de melhoras virão, que não se sabe de onde e nem quando, que sonhar é preciso e viver de precisão também, pois que na vida do Zé e da Maria, nada vem de graça, que a labuta da lida, a paga é de precisão.

A casa do Zé é pequena, quarto, sala, cozinha e banheiro. É pequena de tamanho e grande na graça da beleza, da alegria e do amor que ali reina. Pro Zé tudo está bem, tendo casa e comida, já basta um tanto de bom e um gosto de querer, da vida, uma vida de bem levar... Mas o Zé também gosta...

Também gosta do sábado, que do trabalho mais cedo sai, uma birita tomar, e no bar do Zé português, um papo com os amigos levar... E assim o Zé vive, e assim o Zé vai. Vai pensando na vida... e na vida, deixa-se levar... Vida, vida leva eu... E num dia... como na música do Chico...

“Amou daquela vez como se fosse a última. Beijou sua mulher como se fosse a última. E cada filho seu como se fosse o único. E atravessou a rua com seu passo tímido. Subiu a construção como se fosse máquina. Ergueu no patamar quatro paredes sólidas. Tijolo com tijolo num desenho mágico. Seus olhos embotados de cimento e lágrima. Sentou pra descansar como se fosse sábado. Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe. Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago. Dançou e gargalhou como se ouvisse música. E tropeçou no céu como se fosse um bêbado. E flutuou no ar como se fosse um pássaro. E se acabou no chão feito um pacote flácido. Agonizou no meio do passeio público. Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.

Amou daquela vez como se fosse o último. Beijou sua mulher como se fosse a única. E cada filho seu como se fosse o pródigo. E atravessou a rua com seu passo bêbado. Subiu a construção como se fosse sólido. Ergueu no patamar quatro paredes mágicas. Tijolo com tijolo num desenho lógico. Seus olhos embotados de cimento e tráfego. Sentou pra descansar como se fosse um príncipe. Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo. Bebeu e soluçou como se fosse máquina. Dançou e gargalhou como se fosse o próximo. E tropeçou no céu como se ouvisse música. E flutuou no ar como se fosse sábado. E se acabou no chão feito um pacote tímido. Agonizou no meio do passeio náufrago. Morreu na contramão atrapalhando o público.

Amou daquela vez como se fosse máquina. Beijou sua mulher como se fosse lógico. Ergueu no patamar quatro paredes flácidas. Sentou pra descansar como se fosse um pássaro. E flutuou no ar como se fosse um príncipe. E se acabou no chão feito um pacote bêbado. Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado...

Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir. A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir. Por me deixar respirar, por me deixar existir, Deus lhe pague... Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir. Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir. Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair, Deus lhe pague... Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir. E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir. E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir, Deus lhe pague... ”

E assim o Zé termina a sua saga, a paga de sua sina e no fim de sua vida, um capítulo termina, que no domingo seu dia seria, do Trabalho não descansaria, pois que ali no sábado seu trabalho se encerrou, e na avenida seu corpo se esparramou... atrapalhando o tráfego e que ninguém nem ligou, e do Zé, nunca mais se falou...

Peç\ de Arq\ apresentada em Sess\ do dia 03 de maio de 2011...

Z. Ramires

M\M\ - 28º

M\Arquiteto

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Programação das Sessões de Maio e Junho/2011

Mai/11

Dia 1º - Dia do Trabalho

Dia

Sess\

Trabalho

Apres.:

Cozinha

03

1°Gr\

34-O Dia do Trabalho, História e Reflexão

Pretel

Giometti e

Gilson

10

3ºGr\

35 - OFICINA ELEITORAL

Rito especial...

Apr.: João e custo da Lj.:

17

1º Gr\

36-IInstr.: do Grau de Mestre

Ritual

Silvio e Paulinho

24

1º Gr\

Sess\ Mag\ Inic\

Rodrigo Weller

Ritual

Com\ de Eventos

31

1º Gr\

38-Sigilo Maçônico

JC de Souza

Oscar e Beto

Jun/11

Dia 21 > Solstício Inverno – 14h16

Dia

Sess\

Trabalho

Apres.:

Cozinha

7

1ºGr\

1ªs Instruções do Grau de Apr\

Conf. Ritual

14

Lj\ de Mesa -

S\Ord

40- Loj\de Mesa

Com\ Cult\ e Ritualística

M\ de Banq\ e

Com\ Ev\

21

Sess.:

Mag.:

41 - INSTAL.: E POSS.: DE V.:M.: EL.:

Conf. Ritual

COM EVENTOS

28

1ºGr\

42 – Posse dos demais oficiais

2ªs IInstr\ do Gr\ de Apr\







42 Sessões no período 2010-2011