terça-feira, 15 de outubro de 2013

Aquela Sanfona Branca...

Aquela Sanfona Branca...

Lá vou eu, com mais uma...

Contam que, um dia, Luiz Gozaga chegou, de avião, ao Rio de Janeiro. 
Numa mão, uma sacola com roupas e na outra, a inseparável sanfona. Ele não andava sem ela!
No hall do aeroporto, algumas pessoas o cercaram, pedindo autógrafos. Ele já era famoso, naquele época.
Depois de atender todo mundo, como sempre fazia, notou que um adolescente alto e magro, cabelos compridos, ficara timidamente a uma certa distância, olhando insistentemente para ele. Lua se aproximou e perguntou, com seu jeitão espontâneo:
- Ôxente! E ocê, mô fi? O que que tu qué?

- Seu Luiz... - disse o jovem - eu queria... carregar sua sanfona, até o carro. Posso?

- E tu vai me cobrar quanto? - perguntou Luiz, estranhando o pedido do rapaz.

- Nada, Seu Luiz. Só pelo prazer de carregar ela mesmo. O senhor deixa?

- Ôxente... a gente vê cada uma!... Então tá. Qué carregá... carrega! Mais ói, faz besteira não, que eu tô de olho em tu, viste?

E o jovem, alegremente levou a famosa Sanfona Branca de Luiz do hall do aeroporto até o táxi, que o esperava.

- Obrigado, mô fi. Essa danada dessa sanfona é bem pesada mêrmo, né não?

- De nada, Seu Luiz. Foi uma honra!

- Iscuta... como é o seu nome? Perguntou Luiz, curioso.

- Benito! - disse o rapaz.

- Benito de que? Tu nun tem sobrenome não, peste?

- Benito de Paula, Sêo Luiz. Benito de Paula!...

Anos depois, "estourava" no Brasil inteiro uma canção do Benito de Paula, provavelmente inspirada naquele dia tão feliz, da sua adolescência. E Benito encantou nosso povo, cantando:

"Aquela sanfona branca,
aquele chapéu de couro,
é quem meu povo proclama,
Luiz Gonzaga é de Ouro".



Contribuição: Compadre Lemos

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