sábado, 17 de setembro de 2011

Sete de Setembro, uma comemoração e tanto...




Sete de setembro, uma comemoração e tanto...

A comemoração cívica mais importante e bonita que já vi em minha vida aconteceu nesta última quarta-feira, 07 de setembro de 2011, 189 anos depois... Muitos anos nos separam desde aquele glorioso 07 de setembro de 1822, o dia em que o Príncipe-Regente D. Pedro declara o Brasil independente do Reino de Portugal.

Como isto aconteceu? Como fui acordado? Como me chamaram atenção? Simplesmente pelos sons ecoados de baixo para cima, desde a Praça Ataliba Leonel, quando um grupo de 24 rapazes, entre jovens e crianças, em formação característica, gritando alertas e frases de comando, chamando e convocando os transeuntes para o evento que em seguida se apresentaria.

Isto logo cedo, por volta das oito horas da manhã, de um Sete de Setembro até então mal lembrado, e nem sequer citado. Foram precisos 24 jovens para me alertar. Hoje é o Sete de Setembro! Não um dia qualquer. E deram três, cinco voltas na praça. Fui me trocar e tomar um café. Um café rápido.

Entretanto, por força de compromisso de trabalho, fui em direção ao meu escritório, quando percebi o movimento daqueles jovens sentados numa ruela da praça ainda sem calçamento. Estavam todos em cima da areia esparramada naquele trecho, sentados em bancos amarelos, das mesmas de uma das cores de nossa bandeira, como a anunciar o que logo se viria, veria e se sentiria.

Ao visar aquela formação de jovens, conversando e gesticulando, perguntei-me: - O que será que estão fazendo? Isto me despertou uma curiosidade incontrolável e imediatamente peguei a máquina fotográfica e lá fui averiguar e assuntar.

Era uma conversação, seguida de algumas instruções comandadas por dois jovens, jovens escoteiros já formados e devidamente uniformizados nos costumes e ditames da União dos Escoteiros do Brasil – UEB. Seus nomes: Jorge, o mais velho e Augusto Rena, o mais novo.

Apresentei-me e um colóquio se firmou. Eles estavam preparando uma comemoração e um estudo em grupo do acontecimento do dia, o dia em que se comemora a nossa Independência. O glorioso 07 de setembro...

Algumas fotos tirei, e nestas conversas vi o ressurgimento recente de um dos mais antigos grupos de escoteiros de nossa região, o famoso Grupo de Escoteiros Caiuá, o de nº 124 do Estado de São Paulo. Este mesmo grupo que foi fundado em 1937 e acompanhado durante muitos anos pelo nosso querido e eterno chefe, o Chefe Olavo, o Olavo Ayres de Lima. Infelizmente, no ano de 2000 a sua atividade foi encerrada.

Mas felizmente, por conta e obra destes jovens idealizadores: Jefferson Cassú Manzano, Augusto Cesar Cardoso Rena, Paulo Henrique Botter Ribas, Willian Gyorf Menezes, Livia Arabori e Jorge Antonio Araruna, o nosso querido Grupo de Escoteiros Caiuá renasce, com força e vigor. Sejamos portanto apoiadores e incentivadores deste velho e novo renascido Grupo de Escoteiros, o do sempre número 124, o do sempre nominado Caiuá.

Surpresas ainda viriam... E logo, quando do término da minha lide laboral, neste feriado nacional, dirigi-me para ao outro lado da rua onde lá se encontrava o agrupamento Caiuá de escoteiros. E deste momento em diante presenciei uma das mais comoventes ações de cidadania: a do hasteamento da Bandeira Nacional, de uma pequena e ao mesmo tempo grande bandeira, de um mastro simples, do tronco fino de uma pequena, porém grande árvore, e de uma corda, branca, tão branca quanto a pureza das almas que ali se encontravam, iniciando-se a cerimônia silenciosa e solene da elevação ao mais alto que possível fosse, daquele lábaro verde-amarelo. Não houve nenhum hino, somente o silêncio emocionante dos ruídos leves que por lá se ouviam. E a bandeira tremulando. A tradição não foi cortada. O hasteamento foi realizado. Autoridades não se viram. Não houve escolas. Não houve fanfarras, e nem aparelhos de som. Sem discursos e sem danças... Simplesmente uma única, simples e grandiosa cerimônia de civismo e cidadania.

Vinte e quatro jovens e um senhor de branco, de máquina fotográfica na mão, registrando um momento eterno, destes que se gravam no lado esquerdo do peito... Viva o Brasil, viva a Independência, viva o Grupo de Escoteiros Caiuá... Meus parabéns aos jovens e meus agradecimentos por este momento...

José Carlos Ramires

07/09/2011 – 189 anos da Independência...

jc_ramires@yahoo.com.br