terça-feira, 26 de maio de 2009

Morre em São Paulo Zé Rodrix aos 61 anos...


Z. RODRIX E SEU FINAL DOS TEMPOS...

Faleceu na madrugada 22 de maio, mais precisamente às 00h45, em São Paulo, com 61 anos, o cantor, arranjador, compositor, humorista, escritor e também um Mestre Maçom, Z. Rodrix, o José Rodrigues Trindade.


Z. Rodrix nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1947 e há muito tempo vivia na cidade de São Paulo. A sua primeira aparição para o grande público surgiu nos anos 60, num dos grandes festivais de MPB na antiga TV Record de S. Paulo, com a música “Ponteio”, de Edu Lobo, mais especificamente no III Festival de Música Popular Brasileira em 1967, ao lado de Marília Medaglia.

Junto com Sá e Guarabyra formou o Trio “Sá, Rodrix e Guarabyra”, criando e lançando um movimento musical, então chamado de Rock Rural. Foi nessa época que compôs, junto com Tavito, a música “Casa no Campo”, um grande sucesso de Ellis Regina. È também de sua autoria a música “Soy latino americano” e de muitas outras baladas ao piano. Junto de Ellis Regina e do grupo “Joelho de Porco”, muitas apresentações fizeram nos programas daquela época.

Nos últimos anos vinha atuando como publicitário na composição de jingles e mais recentemente, como escritor, lançando belos romances épicos no estilo histórico-ficcional, mais especificamente relacionado com as lendas maçônicas, como a sua bela obra: Trilogia do Templo.

Para esta trilogia escreve em 1999 “Johaben: Diário de um Construtor do Templo”, onde relata de forma esplendorosa a saga de um jovem fenício Johaben e sua participação na construção do Templo de Salomão, Rei dos hebreus, na bíblica Jerusalém em 1.000 AC.

Seu segundo volume da Trilogia é escrito em 2005 – “Zorobabel: Reconstruindo o Templo”, onde relata com maestria impar a reconstrução do Templo que havia sido destruído por Nabucodonosor, Rei da Babilônia, onde este impõe aos judeus um dos maiores êxodos da história, deslocando-os como escravos à cidade da Babilônia, entre os rios Tigre e Eufrates, na antiga Mesopotâmia e atual Iraque.

Nesta saga conta a história da volta dos judeus a Jerusalém, após a reconquista de Babilônica por Ciro, o grande, Rei da Pérsia, que por ordem deste ordena a volta dos hebreus para a reconstrução de seu Templo Sagrado. Dario, substituto de Ciro, dá continuidade e apoio a Zorobabel, então considerado Príncipe de Jerusalém, e herdeiro da coroa do Reino de Israel, como descendente direto de Davi, o grande agregador das tribos hebraicas, então esparsas e desunidas, pelas terras da Palestina.

No terceiro e último volume da Trilogia, “Esquin de Floyrac: O fim do Templo”, Z. Rodrix destaca com grande vigor, os anos negros e obscurantistas da Idade Média ao início do século XIV, onde descreve, sempre com os recursos característicos dos romances épicos, os trágicos acontecimentos de perseguição e tortura pela Inquisição contra os Cavaleiros Templários, que culminaram com a morte por queima em fogueira, do último Grão-Mestre – Jacques De Molay - da Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, mais conhecidos por Templários.

O romance conta a trajetória épica deste épico Cavaleiro Templário, Esquin, como um falso traidor da Ordem, escolhido por Jacques De Molay para, com sua astúcia e versatilidade, ganhar tempo e permitir a fuga e o salvamento de vários outros Cavaleiros do Templo. Com sua insana e negra inveja, pelas posses, riquezas e segredos da Ordem Templária, o Rei Felipe, o Belo, de França, com astúcia e vilania, envolve o então Papa Clemente V para apoiá-lo nesta pecadora investida contra a Ordem do Templo (Templários), através da criação, pela Ordem dos Domicanos, de uma terrível Inquisição, onde muitos homens, ilustres Cavaleiros, foram torturados e mortos.

Ao fim das investigações inquiridoras, não se chegou a nenhuma conclusão positiva das ignóbeis denúncias apresentadas, o que provocou, tardiamente, o pedido de perdão por parte da Igreja, à época de João Paulo II, pelos excessos cometidos ao longo da trajetória histórica do Clero Papal.

Não queremos aqui nenhuma retaliação ou mesmo destruir os sábios conceitos e ensinamentos de amor pregado por Nosso Senhor Jesus Cristo, que foi crucificado pelos homens, pelo simples fato de se impor contra a vilania e os excessos cometidos pelos dirigentes romanos e hebraicos, e pelo afronto de se opor aos sistemas e dogmas então existentes na casta sacerdotal do Templo de Jerusalém, ao tempo de Herodes.

É sabido que é próprio da Igreja o reconhecimento de que ela é Santa e Pecadora, por conta e obra de ser constituída por homens; e que os homens erram e cometem excessos e pecados. E que, portanto, a Igreja, que propugna pela defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana e dos seus direitos naturais e inalienáveis, deve mesmo fazer valer este direito natural, respeitando com amor o direito de crença e de credo, desde que embasados nos Direitos Fundamentais e Naturais do Ser Humano, estabelecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, incluindo aqui também os Direitos da Humanidade como um todo, relacionados que são com a Natureza e a nossa mãe Terra, que nos foi dada por obra e graça de Deus e onde nascemos, vivemos e um dia morreremos.

Deixemos aos futuros moradores deste planeta, uma Terra melhor e mais sadia, pois que, caso contrário, a Humanidade poderá um dia morrer, mas a Terra não, ela sobreviverá... Vivamos, portanto, com amor e caridade... E que, para a reflexão dos leitores, deixo esta canção...

Casa no Campo

Composição: Zé Rodrix / Tavito

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar do tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais

Eu quero carneiros e cabras pastando
Solenes no meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas

Eu quero a esperança de óculos
E um filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão,
A pimenta e o sal

Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau a pique e sapê
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros e nada mais

O Zé plantou seus amigos, seus discos e livros e eu, um outro Zé, foi um dos que colheu de seus frutos, principalmente seus discos e livros, pois que de sua amizade desfrute não tive. Mas como homem e como irmão, senti sua perda no coração... Descanse em Paz caro Irmão Zé... Que no Campo Eterno, sua casa, justa e perfeita, por direito lhe é..

De seu Irmão de Fé...

José Carlos Ramires

jc_ramires@hotmail.com

24/05/2009